, Oi gente , bom primeiramente queria pedir desculpas por não ter postado mais nada no Blog ', !
O tempo tava muito corrido , e por esse motivo não tive tempo para estar atualizando ele ', !
Mais ja estou de volta , com muito mais novidades para vocês ! Espero que gostem ,
Qualquer duvida , ou pedidos , favor entrar e, contato deixando um comentário nas postagens
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Obrigada pela atenção & que Pai Oxalá Abençoe todos vocês ! Asé
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sábado, 6 de abril de 2013
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Umbanda é religião ;*
UMBANDA É RELIGIÃO !
Se dentro da Umbanda conseguimos nos religar com Deus, conseguimos tirar o véu que cobre nossa ignorância da presença de Deus em nosso íntimo, então podemos chamar nossa fé de Religião. Como mais uma das formas de sentir Deus em nossa vida, a Umbanda cumpre a função religiosa de nos levar à reflexão sobre nossos atos, sobre a urgência de reformularmos nosso comportamento aproximando-o da prática do Amor de Deus.A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos Orixás e seus servidores: Crianças, Caboclos, Preto-velhos e Exus. Estes grupos de espíritos estão na Umbanda "organizados" em linhas: Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas as forças da natureza que os regem, os ORIXÁS. Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma religião totalmente brasileira. Mas, torna-se imperioso, antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX, da mesma. Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já habitada por nativos. Os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram a estes aborígines de índios. Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convivência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam ali por motivos pouco nobres. O relacionamento, até então pacífico, começa a se desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na novel lavoura. Reagem, resistem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz desembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtração da própria vida. Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, desencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como encarnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos.Além disso, muitas das crianças índias e negras, eram mortas, quando meninas (por não servirem para o trabalho pesado), quando doentes, através de torturas quando aprontavam suas “artes” e com isso perturbavam algum senhor. Algumas crianças brancas, acabavam sendo mortas também, vítimas da revolta de alguns índios e negros. Juntando-se então os espíritos infantis, os dos negros e dos índios, acabaram formando o que hoje, chamamos de: Trilogia Carmática da Umbanda. Assim, hoje vemos esses espíritos trabalhando para reconduzir os algozes de outrora ao caminho de Deus.A igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, investiu covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são enviadas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos. A necessidade de preservar a cultura e a religiosidade, fez com que os negros associassem as imagens dos santos católicos aos seus Orixás, como forma de burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a praticar e difundir o culto as forças da natureza, a esta associação, deu-se o nome de "Sincretismo religioso". O candomblé iorubá, ou jeje-nagô, como costuma ser designado, congregou, desde o início, aspectos culturais originários de diferentes cidades iorubanas, originando-se aqui diferentes ritos, ou nações de candomblé, predominando em cada nação tradições da cidades ou região que acabou lhe emprestando o nome: queto, ijexá, efã. Esse candomblé baiano, que proliferou por todo o Brasil, tem sua contrapartida em Pernambuco, onde é denominado xangô, sendo a nação egba sua principal manifestação, e no Rio Grande do Sul, onde é chamado batuque, com sua nação oió-ijexá (Prandi, 1991). Outra variante ioruba, esta fortemente influenciada pela religião dos voduns daomeanos, é o tambor-de-mina nagô do Maranhão. Além dos candomblés iorubas, há os de origem banta, especialmente os denominados candomblés angola e congo, e aqueles de origem marcadamente fom, como o jeje-mahim baiano e o jeje-daomeano do tambor-de-mina maranhense.Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes. O catolicismo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores". Os Senhores da Luz (Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíritos de boa vontade, que quisessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil. Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras. No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, àquela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.A formação histórica do Brasil incorporou a herança de três culturas : a africana, a indígena e a européia. Este processo foi marcado por violências de todo o tipo, particularmente do colonizador em relação aos demais. A perseguição se deveu a preconceitos e a crença da elite brasileira numa suposta alienação provocada por estes cultos nas classes populares. No início do século XX, o choque entre a cultura europeizada das elites e a cultura das classes populares urbanas, provocou o surgimento de duas tendências religiosas na cidade do Rio de Janeiro. Na elite branca e na classe média vigorava o catolicismo ; nos pobres das cidades (negros, brancos e mestiços) era grande a presença de rituais originários da África que, por força de sua natureza e das perseguições policiais, possuíam um caráter reservado. Na segunda metade deste século, os cultos de origem africana passaram a ser freqüentados por brancos e mulatos oriundos da classe média e algumas pessoas da própria elite. Isto contribuiu, sem dúvida, para o caráter aberto e legal que estes cultos vêm adquirindo nos últimos anos.Esta mistura de raças e culturas foi responsável por um forte sincretismo religioso, unificando mitologias a partir de semelhanças existentes entre santos católicos e orixás africanos, dando origem ao Umbandismo. Ao contrário do Candomblé, a Umbanda possui grande flexibilidade ritual e doutrinária, o que a torna capaz de adotar novos elementos. Assim o elemento negro trouxe o africanismo (nações); os índios trouxeram os elementos da pajelança; os europeus trouxeram o Cristianismo e o Kardecismo; e, posteriormente, os povos orientais acrescentaram um pouco de sua ritualística à Umbanda. Essas cinco fontes criaram o pentagrama umbandista:
CRISTIANISMO,
INDIANISMO,
KARDECISMO,
ORIENTALISMO,
AFRICANISMO.
Os seguidores da Umbanda verdadeira só praticam rituais de Magia Branca, ou seja, aqueles feitos para melhorar a vida de determinada pessoa, para praticar um bem, e nunca de prejudicar quem quer que seja. Os espíritos da Quimbanda (Exus) podem, no entanto, ser invocados para a prática do bem, contanto que isso seja feito sem que se tenha que dar presentes ou dinheiro ao médium que os recebe, pois o objetivo do verdadeiro médium é tão somente a prática da caridade. Algumas casas de Umbanda homenageiam alguns Orixás do Candomblé, como por exemplo: Oxumarê, Ossãe, Logun-Edé. Mas os mesmos, na Umbanda, não incorporam e nem são orixás regentes de nenhum médium.Nós temos os nossos guias de trabalho e entre eles existe aquele que é o responsável pela nossa vida espiritual e por isso é chamado de guia chefe, normalmente é um caboclo, mas pode ser em alguns casos um preto-velho ou um boiadeiro.
Aspectos Dominantes do Movimento Umbandista
Ritual, variando pela origem
Vestes, em geral brancas
Altar com imagens católicas, pretos velho, caboclos
Sessões espíritas, formando agrupamentos em pé, em salões ou terreiro
Desenvolvimento normal em corrente
Bases; africanismo, kardecismo, indianismo, catolicismo, orientalismo.
Serviço social constante nos terreiros
Finalidade de cura material e espiritual
Magia branca
Batiza, consagra e casa
RITUAL
A Umbanda não tem, infelizmente, um órgão centralizador, que a nível nacional ou estadual, dite normas e conceitos sobre a religião ou possa coibir os abusos. Por isso cada terreiro segue um ritual próprio, ditado pelo guia chefe do terreiro, o que faz a diferenciação de ritual entre uma casa e outra. Entretanto, a base de todo terreiro tem que seguir o principio básico do bom senso, da honestidade e do desinteresse material, além de pregar, é claro, o ritual básico transmitido através dos anos pelos praticantes.O mais importante, seria que todos pudessem encontrar em suas diferenças de culto, o que seria o elo mais importante e a ele se unissem. Tal elo é a Caridade!Não importa se o atabaque toca, ou se o ritmo é de palmas, nem mesmo se não há som. O que importa é a honestidade e o amor com que nos entregamos a nossa religião.
A Lenda de Ogum Xoroquê
Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.
Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.
Hino da Umbanda ;*
Refletiu a luz divina
com todo seu esplendor
é do reino de Oxalá
Onde há paz e amor
Luz que refletiu na terra
Luz que refletiu no mar
Luz que veio, de Aruanda
Para todos iluminar
A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
e a grandeza nos conduz.
Avante filhos de fé,
Como a nossa lei não há,
Levando ao mundo inteiro
A Bandeira de Oxalá !
Levando ao mundo inteiro
A Bandeira de Oxalá !
O segredo do Ferro (Ogum) ;*
OGUM DÁ AO HOMEN O SEGREDO DO FERRO :
Na Terra criada por Oxalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossãe, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossãe, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava
sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Exú ;*
Trabalho de um Exú Guardião Capa Preta
O ônibus estava lotado, eu não conseguia vê-la, mas sabia que estava lá. Podia senti-la, captava sua angustia, sua indecisão, e acima de tudo seu medo. Ela não estava só, alem de mim, vi outros que a acompanhavam. Eram de outra faixa vibratória, pertenciam ao passado. Tentavam envolvê-la com uma energia densa e pegajosa. Sempre que faziam isso ela ficava mais nervosa e também mais decidida. Eu os via, mas eles não me notavam. À medida que o ônibus avançava pelas ruas centrais mais e mais pessoas entravam. Todos apressados para chegar em casa. O coletivo corria em direção a periferia da cidade. Ela esta lá, meio deslocada, olhava com insistência um pedaço de papel. Ali em suas mãos o endereço que segundo ela mudaria seu destino. Ato continuo ela toca a campainha, o ônibus para, descemos...
Aqueles que a acompanham, vibram, ela esta na iminência de servir como instrumento na vingança que planejam há muito tempo. Vibram com tanto ódio que ela enfureceu-se consigo mesma. Como se deixara envolver por aquele rapaz? Tinha que resolver isso imediatamente e tratar de seguir sua vida, sem que seus pais soubessem. Ela verifica o número anotado, esta perto. Chega a uma casa humilde, como todas as outras ali no bairro. Toca a campainha é atendida por uma senhora que executara o serviço. A mulher a analisa rapidamente, já vira muitas iguais a ela, não tem tempo para conversa fiada.
Pede-lhe o dinheiro e manda que espere, pois existem duas mulheres na frente dela. Ela senta-se e aguarda. Eu tenho que agir rápido. Vibro minha espada no ar, e os seres trevosos que a acompanham estarrecem ante minha presença. Fatalmente eles me notam,agora ou correm ou me enfrentam. Decidem sabiamente pela primeira opção, saem da casa, mas ficam do lado de fora, tentando contatar outros que podem vir ajudá-los. Aproveito para me aproximar dela. Envolvo-a com minha capa, ela se acalma, por um instante, sugestionada por mim e titubeia. Já não tem certeza se deve continuar. Eu vibro em seu mental para que saia dali vá tomar um ar fresco lá fora. Ela me atende. Quando chega , ainda envolvida por minha capa, torna-se invisível para os que a acompanham. Tenho que me materializar. Ela assusta-se ao me ver, tenta gritar não consegue, tenta voltar para dentro da casa, mas eu a impeço. Chamo-a pelo nome, digo-lhe que não deve me temer, falo que venho em paz. Tenho uma missão: Evitar que ela faça o aborto. Não deve impedir aquele espírito de vir ao mundo. Pouco importa se a concepção fora fruto de uma aventura. Deve deixá-lo vir. Será um menino, veio do passado para cumprir uma missão, ela não deve abortá-lo. Sei que seus pais não aprovarão a gravidez, mas me comprometo a acalmá-los e fazê-los aceitar.
Ela chora, não entende como pode estar ouvindo aquilo. Falo com tanta firmeza que ela quer saber quem sou. Digo-lhe que me chamam de Exu Capa Preta, sou um guardião, protegerei o menino que ela carrega no ventre. Estarei ao lado dele a vida toda, acompanhando-o, guiando-o e protegendo-o. Portanto ele não deve temer. Chorando ela consente, avança para a rua, toma um ônibus e retorna para casa. Protejo-a durante a gravidez, o menino nasce forte e saudável, cresce sem sobressaltos como prometi. Sempre que acho conveniente deixo-o que me veja, aos poucos vou me apresentando. Hoje ele esta feliz, acabara de completar 18 anos.
Seus amigos comemoram a data festiva. Movido pela curiosidade o rapaz resolve conhecer um terreiro de Umbanda. Estou ansioso, chegou meu grande dia! Ele chega, senta na assistência. Lá dentro uma gira de Exu. Eu já me entendi com o Exu chefe da casa, somos bem vindos. Quando ele entra para tomar um passe com linda Pomba Gira eu tomo-lhe à frente e incorporo. Abraço a moça com carinho, já nos conhecemos de longa data, fumo, bebo, canto. Daqui para frente haverei de incorporar sempre que necessário. E assim foi. Ele desenvolveu, abriu seu próprio terreiro, cumpre com amor e carinho sua missão. De minha parte não o abandono nunca. Estou sempre disposto e feliz, pronto para incorporar. Através dele ajudo a todos que me procuram. Também trago em terra outros que vêem cumprir a missão. Sua mãe sempre que estou em terra me abraça com carinho e gratidão.
Salve o Trabalho dos Exus na Umbanda,
Laroyê Exú Guardião Capa Preta!
Problemas com Demanda
Em novembro/2001 passei por um problema envolvendo "fofocas" com uma turma muito próxima a mim.
Uma moça, que era muito minha amiga, envolveu minha namorada num problema sem solução, pelo menos pra mim.
Depois que a história e muitas estórias vieram à tona, tive problemas com meu pai-de-santo (que soube resolver com muita habilidade), mas sobrou para mim e um grande amigo o alvo dessas estórias.
Perdi a namorada e ganhei alguns inimigos, mesmo sem querer.
Dentre os inimigos, apresentam-se duas pessoas que, sem conhecimento de qualquer outra pessoa do meu grupo de amigos, praticam a magia negra.
Como foram atacados e, pensando que eu e meu amigo fomos os responsáveis pelo "estrago", resolveram "testar" sua magia negra contra nós. O bombardeio foi grande. Sentíamos grandes e fortes energias negativas a toda hora. Negócios dando errado. Problemas de trânsito. Problemas com a família, etc, etc, etc...
Eis o dilema: como resolver a situação???
Trabalho com um Exú que é um grande amigo e um guia de extrema sapiência.
Num dos trabalhos em que tive a oportunidade de conversar de maneira muito franca com ele e explicar-lhe a história e de como fomos envolvidos neste problema, prostrei-me a ouví-lo com toda a paciência e humildade.
Na verdade, eu queria mesmo é atacar as pessoas que me atacavam, seguindo o velho ditado: "A melhor defesa é o ataque".
O Exú, com muita calma e grande sabedoria que lhe são características, explicou-me:
"Meu amigo e querido cavalo. Dói-me saber que estão lhe atacando, ainda mais sabendo que estas pessoas pouco sabem o que estão fazendo.
Mas a solução não está em atacar também. O grande segredo é manipular a energia que está sendo enviada. Retirar dela o que lhe pode ser produtivo e positivo.
Aprender a se defender sem machucar qualquer outra pessoa.
Lembre-se, querido amigo, que saber manipular a energia é o verdadeiro segredo da magia.
A magia está em cada átomo que existe neste universo e qualquer pessoa pode ter a capacidade de manipulá-la para o bem ou para o mal.
A magia reside dentro de cada um, basta que saibam como procurá-la. Num espaço muito pequeno pode existir energia suficiente para destruir ou salvar o mundo. Os seres humanos é que não a conhecem ainda e não poderão conhecê-la enquanto houver o mal habitando seu coração.
Louvado seja aquele que a manipula para o bem, visando a cura das doenças, a paz para os aflitos, a solução dos problemas do seu próximo, pois esta é a Lei Divina.
A melhor maneira de se defender é aproveitar esta energia para tentar tirar as pessoas que a enviaram da escuridão em que se encontram.
Seu primeiro passo, embora muito difícil para qualquer um, é o perdão incondicional. Você estará combatendo esta energia com a maior força que existe: o amor.
A cada vez que estas pessoas tentarem enviar nova energia negativa contra você, seu escudo de amor e perdão a refletirá e a Lei do Retorno cuidará do resto.
Tenha sempre em mente que não há mal que supere o amor, não há energia negativa que consiga romper sua barreira de boas intenções e ações e a verdade sempre prevalecerá, cedo ou tarde ela aparecerá, cedo ou tarde em vosso limitado conhecimento do universo, mas será sempre na hora certa."
O Exú me mostrou ainda que, manipulando a energia da maneira correta, primeiro e inevitavelmente, as pessoas que demandaram contra mim e meu amigo, seriam diretamente atacadas, fazendo parecer que o "trabalho de magia negra" fora muito mal feito.
É importante lembrar que existem espíritos de baixo nível que responderam às solicitações deste trabalho de magia negra, pois foram "alimentados" para isso.
O primeiro retorno que tive foi: numa segunda-feira, dia de trabalho num terreiro, um desses espíritos "pagos" para nos atacar pediu ajuda para o chefe dos trabalhos desta casa. Foi o primeiro a desistir do ataque e procurar o caminho da luz. Já conseguimos então a obter sucesso.
O segundo retorno: na mesma semana, as pessoas que nos atacaram pareciam muito perturbadas durante os trabalhos. Não conseguiam concentração nem a paz necessária para o bom andamento de seus trabalhos.
O terceiro: sem sequer pedir, o Exú da pessoa que estava me atacando, antes de "subir" veio conversar comigo, Exú este que nunca tinha me dirigido a palavra. Veio me falar que meus negócios agora teriam sucesso. E me deu a chance de lhe falar:
"Meu pai, a única coisa que está me impedindo é a falta da verdade! Só quero que seu cavalo saiba da verdade e que nesta história eu não tenho culpa e ainda estou sendo atacado, mas como o senhor sabe, não conseguiram me atingir e nunca conseguirão, pois sei que o senhor não está envolvido."
Depois de conversar com o Exú, nunca me senti tão leve e realizado, sabendo que ele sabe da verdade e que não participaria desta falcatrua.
O que me dói é saber que dentro de uma gira de Umbanda ou qualquer outro tipo de trabalho, onde vamos praticar o bem, existem alguns elementos praticando a magia negra e "testando" seus ínfimos poderes e conhecimentos contra um irmão!!! E ainda bem que foi contra um irmão!!! Pior se fosse contra uma pessoa que não conhece o poder da magia e indefesa!
Agradeço às pessoas que demandaram contra nós, pois nos deram a possibilidade de aprender um pouco sobre energia, suas origens, destinos e como manipulá-la. Deram-nos a possibilidade de aumentar nossos conhecimentos sobre o amor e sua impenetrável barreira contra o mal.
Agradeço, também, a estes 2 Exús que sempre olham por nós e por muitos.
Agradeço, principalmente, ao nosso Pai, cuja Lei do Retorno prevaleceu em prol do amor.
Laroyê Exú.
Exú é mojibá.
Exu Pisa no Toco de um Galho Só!
Dá licença esse escora dar um recado usando para começo esse refrão: “Exu pisa no toco de um galho só!”
Tudo no universo tem seu aspecto dual. O que está abaixo não prescinde do que está acima para poder chegar a linha divisória que demarca essas duas dimensões e de cátedra posso dizer que a caminhada é longa, não havendo razão para desperdício de tempo. É nesse ponto vibracional, entre outros, que nós exus de umbanda trabalhamos refreando as investidas das trevas para a manutenção da luz.
Aos que fazem por merecer, abrimos passagem e convidamos ao trabalho, aos que devem executamos a lei. Falta de caridade? Não! Bom senso! Pois para o delinqüente há o reajuste da Lei.
O reino das sombras é uma verdade irrefutável! e nas minhas andanças tenho analisado que o que mais incomoda a alguns de vocês não é o conhecimento dessa verdade. O que mais vos incomoda é saber que muitas vezes são vocês mesmos que alimentam esse reino com vossos desejos espúrios quando deixam vir à tona a ânsia pelo poder, pelo enaltecimento e pela conquista das felicidades que os evidenciem. Quanta ilusão!
Pois é! O reino das sombras começa num lugar bem perto e acessível no qual vocês nunca colocam tramela – a mente de cada um – e nessa viagem, a estação terminal chama-se trevas!
Quantos ditos chefes de terreiro ou denominações que equivalham não caem nessa armadilha? Achando que servem a luz, cada vez mais aprimoram a forma de oferendar a Exu num gasto exorbitante de iguarias que visam única e exclusivamente satisfazer egos que sempre estão inflados com respostas prontas para dar veracidade, seriedade, credibilidade e respaldo para esse tipo de manuseio.
Há os que ainda tem a petulância de referirem nestes termos: “fazemos isso para Exu porque eles só gostam de coisas boas e de muita fartura, além de ser uma paga por toda segurança e proteção que dão ao nosso terreiro e aos nossos trabalhos.”
Quanta inverdade! Quanta mistificação! Por quê?
Em primeiro lugar quem está na carne são vocês e não nós! Portanto, não precisamos dessas ditas “coisas boas” que vocês justificam. Esse conceito de bom de vocês deixa muito a desejar.
Em segundo lugar quem gosta de paga é quiumba e não exu de lei!
Estejam alertas crianças!
Há muito lobo tresmalhado em pele de cordeiro e não é só no astral não!
Escutem aqui uma coisa! Exu não se vende, não manda sujar encruzilhada, não se troca, não se ilude e nem ilude, não engana e nem é enganado.
Exu é exu! E nunca será um fantoche na mão de quem quer que seja. Exu tem trabalho a cumprir e assim o faz com ordem, disciplina e outorga.
Tenho ouvido muita explicação estapafúrdia sobre o trabalho dos exus! Nós sabemos muito bem a diferença entre qualidade e quantidade e preferimos sempre a primeira.
Exu manipula elemento ao contrário de viver do elemento ou em função dele, até porque existem gases no astral que vocês neste mundo físico nem tomaram ainda conhecimento!
Ou pensam que as descobertas das partículas sub-atômicas são o ponto final de tudo?
Querem realmente agradar a exu? Mas agradar mesmo? Desamolem vossas línguas ferinas, imolem vosso orgulho e vaidade e entendam de uma vez por todas que nós – os exus de umbanda – somos servidores dos Orixás a serviço dos Caboclos e Pretos Velhos e não bobos da corte que faz graça para quem rir melhor ou para quem pagar mais.
Exu pisa no toco
Exu pisa no galho
O galho se quebra
Exu não cai ô ganga
Ê exu olha pisa
No toco de um galho só!
Para quem entende de curimba e de exu eu já dei o meu recado!
Eh, eh, eh...
Marabô da Encruzilhada, um toquinho no astral!
Mensagem de Um Exu
As dificuldades da vida existem como provação de seus erros e falhas destas e de outras passagens pela vida terrena, isto não é culpa e nem obra dos Guias, Orixás, e nem da Umbanda, mais sim pela infinita bondade do criador que da à vocês seres encarnados a oportunidade de reaver suas falhas Karmais e “dividas” passadas.
Então dificuldades financeiras, doenças, dificuldades em geral, agradeça por ela, pois é a sua chance de se redimir perante as leis do criador, porém agradeça, mas não se conforme e se entregue a elas, lute seja forte e exerça a sua fé, procure trabalho quando o problema for dinheiro, se esforce quando o problema for falta de clientes no seu trabalha corra atrás, quando o problema for saúde mude seus hábitos, se trata, ou seja, agradeça pela oportunidade de reaver seu Karma, mais lute para superar a dificuldade em seu caminho.
A verdadeira evolução não esta no problema em si, mais sim na forma com que você ira resolve-lo e superá-lo.
E saiba sempre que o dinheiro não é a fonte da vida, não se transforme em escravo do dinheiro e sim trabalhe para cumprir suas tarefas carnais, mais tenha como objetivo a espiritualidade a ajuda ao próximo, o amor mutuo ao Criador e a sua fé.
A Bíblia do Umbandista - Por um Exu
Meus irmãos eu vou relatar um pensamento, que me foi apresentado, de um Guia, em uma gira de Exu-Velho, e sinceramente, eu fiquei impressionado com a sabedoria deste Exu-Velho, no final do relato eu conto quem foi o Sr. Da Luz.
Certo dia estava conversando com um conhecido de outra religião (totalmente oposta aos nossos conceitos) e acabamos entrando em uma discussão sobre livros e claro que o questionamento inevitável foi feito:
- Porque a sua religião não tem uma Bíblia?
O Silêncio o tomou conta de nosso diálogo por um pequeno instante. Expliquei que temos vários livros que contam a história de nossa religião, procedimentos, condutas, fatos que são relatados, etc. Mas confesso que de início concordei com a observação do questionador.
Bom, continuamos com a nossa conversa, mas aquilo ficou martelando em minha cabeça, por alguns dias, até a chegada da Luz de irmão e amigo Exu-Velho.
É chegado o dia da Gira de Exu-Velho, os sábios Tatás que recebemos em nossa Sagrada Umbanda, e posso dizer a vocês de coração, realmente que sabedoria eles possuem.
Todos os preparativos prontos, então nós iniciamos, defumação sendo passada, pontos cantados, energia circulando, trabalho aberto, assistência pronta para atendimento e o meu amigo e irmão, que tenho um respeito enorme, chega ao terreiro para os trabalhos e atendimentos.
Os atendimentos são iniciados, os passes de limpeza, de cura, de incentivo etc. e a dúvida martelando em minha mente, até que uma voz meio idosa que saía do fundo da alma no meio do vazio dizia-me:
- Sossega “burro novo”, acalme-se que depois nos conversamos, temos muito trabalho pela frente.
Acatei os conselhos do Sr. e concentrei-me no trabalho.
Após os atendimentos é chegada à hora dos esclarecimentos.
Então o Sr. Exu-Velho com toda a sua Divina sabedoria dá a sua palavra para este “burro novo” (é assim que sou chamado por ele):
- O “burro novo”, quando lhe perguntarem “Qual é a sua Bíblia?” você calmamente sorri e responde:
- A minha Bíblia é imensa e chama-se Natureza, uma única e verdadeira obra, feita pelas mãos do grande Criador do Universo, onde seus capítulos e versículos são:
A Cachoeira
O Lago
O Mar
A Mata
O Céu
A Pedreira
O Caminho
O Fogo
A Terra
A Chuva
O Vento
O Dia
A Noite
A Vida
A Morte
Onde tudo que precisamos saber está escrito nela, e já faz um bom tempo que foi escrito, antes mesmo de aparecer à nossa escrita. E que tudo isso é obra do Divino Criador do Universo, onde devemos o devido respeito. Ela é a nossa Bíblia, ela é Bíblia do Umbandista.
Por estas poucas, e sábias, palavras eu agradeço ao Sr. Exu-Velho, pelo conhecimento passado a este “burro novo”.
Laroyê Sr. Tatá Caveira.
Pomba Gira ;*
Desmistificando as Pombas Giras
QUEM É A POMBA GIRA
Quem são as Guardiãs Pombas Gira?
Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pombas Gira:
Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pombas Gira.
Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.
Não temos culpa se certos “médiuns” medíocres dão passividade para quiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.
Dentro da hierarquia das Guardiãs Pombas Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pombas Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombas Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do mediunismo redentor.
Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.
As Guardiãs Pombas Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.
A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilância das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombas Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.
As Guardiãs Pombas Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.
Cabem as Guardiãs Pombas Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.
Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pombas Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;
Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pombas Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pombas Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.
As Guardiãs Pombas Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.
Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pombas Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombas Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pombas Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.
A Legião das Guardiãs Pombas Gira atuam:
• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.
• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.
• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.
• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.
• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.
• Trabalham no combate das viciações que escravizam os médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.
• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.
• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.
• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.
• A Guardiã Pombas Gira atuam no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.
• As Guardiãs Pombas Giras conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.
• A Guardiã Pombas Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.
Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.
Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:
SER GUARDIÃ POMBA GIRA….
• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.
• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.
• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.
• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.
• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.
• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.
• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.
• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.
• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.
• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.
• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.
• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo
REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA
Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró
Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.
Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.
Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.
Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.
Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.
Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.
Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos mediúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.
Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.
Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.
Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus médiuns, seus filhos.
É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.
Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.
Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.
Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.
Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.
Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.
Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…
Por hoje é só.
Dona Sete.
Fonte: Texo cedido gentilmente por Pai Juruá. Trecho extraído do livro: Exus e Pomba Gira na Umbanda – Simbolismo e Função.
Mulher Invisível
Maria era possuidora de uma beleza raríssima, sendo provavelmente um dos mais belos seres humanos já criados por Deus.
Ela caminhava a passos rápidos por uma das ruas que margeavam a beira-mar na bela cidade de Vitória.
Já era noitinha e ela precisava retornar ao lar para tomar um bom banho antes de ir para a faculdade.
Chegando às proximidades do portão de entrada da sua residência Maria avistou uma senhora maltrapilha e com vestes mal cheirosas. Esta senhora aproximou-se dela e pediu um trocado para inteirar um valor a fim de comprar uma passagem de volta ao seu lugar de origem.
Maria então retirou do bolso uma nota em dinheiro e entregou à senhora, sendo agradecida por esta de maneira bastante calorosa.
Algumas horas depois Maria já estava retornando com o seu automóvel da faculdade para a casa quando, em um destes semáforos da vida, um homem apareceu à janela do seu veículo pedindo dinheiro para se alimentar com alguma coisa.
Ela, assim, olhou para o lanche que havia comprado na cantina da faculdade e depositado no banco do carona e, sem pensar duas vezes, entregou-o ao homem dizendo:
— Dinheiro eu não tenho, mas o senhor aceita este lanche?
— Mas é claro dona, quem tá com fome não escolhe o que comer!!! Muito obrigado!!! Obrigado mesmo!!!
O sinal de trânsito abriu e Maria tornou a guiar o carro em direção a sua residência.
Chegando ao seu local de destino ela fez um mexido com as sobras do almoço, tomou uma ducha e foi dormir.
Maria dormiu e seu espírito desprendeu-se do invólucro carnal. Quem pudesse ver a sua fisionomia aparentando serenidade no corpo carnal não conseguiria acreditar que, em espírito, ela pudesse estar tão transtornada.
Maria chorava e chorava muito, chorava tanto que chegava a soluçar. Sentindo uma angústia terrível em seu intimo ela se pôs a correr ritmadamente como se estivesse correndo em um calçadão a beira-mar.
Maria corria, corria e corria, mas alguma coisa estranha acontecia por que ela não conseguia se cansar e nem suar: o único líquido que escorria do seu corpo eram as lágrimas que desciam sem cessar dos canais lacrimais pertencentes aos seus belíssimos olhos azuis.
Maria não estava cansada de correr, mas estava cansada de chorar e talvez tenha sido justamente por isto que ela estancou os seus passos nas proximidades de uma encruzilhada.
As lágrimas ainda deslizavam desenfreadamente dos seus olhos quando ela avistou uma mulher ao longe que caminhava em sua direção. Maria achou curioso, mas a medida que a mulher se aproximava, as lágrimas começavam a diminuir dos seus próprios olhos na mesma proporção.
Quando estava a uma distância de três passos de Maria a mulher em questão perguntou a ela:
— Boa noite moça! Tudo bem?
Maria não soube o que responder, mas demonstrando honestidade, disse:
— Mais ou menos.
— É difícil ser invisível, não é?
— Você me desculpe discordar, mas penso que, talvez infelizmente, eu seja visível de uma maneira até exacerbada!!!
— A invisibilidade a tem feito sofrer bastante. No corpo de carne você até que consegue disfarçar bastante o seu sofrer, mas aqui neste plano o espírito não consegue usar máscaras de forma alguma.
— Máscara? Desculpe, mas não entendo nada do que você está me dizendo!
— Quando a mulher tem uma excessiva beleza física, como é o seu caso, é difícil fazer-se visível, não é verdade?
— Como assim?
— Os homens, que vivem no seu mundo cada vez mais materializado, não conseguem vê-la por que têm, de forma geral, os seus olhares fixos nos seus atributos físicos como se visibilidade fosse essencialmente questão de fartura de carnes bem distribuída ao longo da estrutura corpórea.
— Já as mulheres, geralmente, devido à intensa competitividade, não conseguem lhe ver como você realmente é pela excessiva fixação na sua beleza externa, fixação esta que por muitas vezes chega a ser maldosamente invejosa.
— Entendo o que você me diz.
— As belas mulheres geralmente têm que fazer um esforço terrível para que possam ser vistas pelos homens não por aquilo que têm como atributo físico, mas por aquilo que realmente são: simples, verdadeira e poderosamente mulheres.
Maria sentiu o coração bater descompassadamente quando ouviu aquelas palavras que tanto falavam verdadeiramente do que ia em seu intimo e procurou chorar, mas as lágrimas não vieram.
— Não adianta tentar produzir lágrimas dos seus olhos moça.
— Por que não?
— Por que a produção destas está momentaneamente desestimulada por mim.
— Isto que você me diz é estranho! Como assim?
— Estou aqui para estimular sua razão por meio da renovação de suas emoções.
— Desculpe, mas por quê?
— Para que os seus níveis de razão possam ficar equiparados aos níveis de emoção ou não é verdade que você está com o emocional instável?
— É verdade sim!
— Esta invisibilidade está ficando perigosa.
— Perigosa?
— Sim, Ela a está restringindo do seu convívio social, por que você não sabe se as pessoas se aproximam de você pelo seu interior ou pelo seu exterior.
— Eu só tenho atraído pessoas desagradáveis para a minha vida.
— Ultimamente você tem até mesmo considerado sua beleza física como uma maldição a cada vez que se olha no espelho.
— É verdade.
— A beleza é algo lindo de se ver, mas para se enxergá-la verdadeiramente é muito importante a religiosidade.
— Então quer dizer que terei de esperar que a religiosidade dos outros seja despertada afim de que, assim, eles vejam a mim verdadeiramente?
— Não, você terá somente que despertar a sua própria religiosidade.
— O despertar da religiosidade em mim fará com que os outros me vejam como sou? Não vejo como isso possa ser possível!!
— Eu sei que você conhece o significado do termo religião.
— Sei sim. Significa religar, tem a função de ligar o ser humano a Deus.
— Você sabe como o ser humano pode realizar este religar?
— Freqüentando uma religião?
— Não necessariamente.
— Então como?
— Amando ao Divino Criador acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
— Fazendo isto eu deixarei de ser invisível aos olhos de todos?
— Você não é invisível aos olhos de Deus, mas a realização destas ações dará a você visibilidade aos olhos do próximo.
— Você me desculpe, mas será?
— Você quer mesmo descobrir?
— Com toda a certeza do meu coração!
— Eu lhe disse que desestimulei a produção de suas lágrimas, certo?
— Certo.
— Disse também que, aqui neste plano, a produção de lágrimas por suas glândulas está exacerbada por conta do desequilíbrio emocional dentro de ti que, por sua vez, é conseqüência de sua condição de invisibilidade aos olhos do próximo, correto?
— Correto.
— Então agora pedirei forças ao Divino Criador para fazer com que sua condição lacrimal volte a ficar como antes.
Assim, lagrimas incontidas, caudalosas e incessantes voltaram a brotar dos belíssimos olhos de Maria.
— Suas lágrimas estão rolando Maria; será que gestos caridosos podem fazer com que este fluxo lacrimal diminua? Se você quer de fato descobrir, então feche os olhos.
Maria obedeceu prontamente.
— Colocarei minha destra em sua fronte para permitir que você veja, com os olhos espirituais, os efeitos balsamizantes dos gestos de amor ao próximo.
E foi assim que Maria pôde ver o que pensou e sentiu tanto a senhora maltrapilha que estava de frente ao portão de sua casa quando recebeu um apoio financeiro para viajar, quanto o homem que dela recebeu um lanche saborosíssimo para aplacar sua fome.
Eram sentimentos de uma pungente gratidão associada à beleza física de Maria: “Meu Deus o senhor fez este anjo tão lindo de sua criação de forma perfeita, por que se ela é linda por fora, também é belíssima por dentro!!! Obrigado por sua bondade meu Deus!!! Guie os passos desta moça pelos caminhos da bondade onde quer que ela vá!!!”
A moça tirou a mão direita da testa de Maria e as visões cessaram com este gesto; Maria então abriu os olhos e, surpresa, descobriu que as lágrimas haviam cessado de seus olhos. A moça, então, disse a ela:
— E então, você foi invisível aos olhos destas duas pessoas que a misericórdia divina lhe permitiu auxiliar?
— Não, de forma alguma!
— Reconhecer-se como verdadeiramente visível aos olhos do próximo, mostrando sua beleza interior, trouxe paz ao seu emocional e fez com que as lágrimas cessassem.
— É verdade, mas eu não precisei estar como membro de nenhuma religião para poder praticar tais gestos.
— E, como lhe disse antes, isto não é obrigatório.
— Por quê?
— Por que pertencer a alguma religião não faz necessariamente com que um ser humano ame ao próximo como a si mesmo, pois é a essência divina dentro dele que faz com que este gesto seja possível; entretanto, à medida que esta essência vai se ligando mais fortemente ao Divino Criador este gesto vai sendo cada vez mais praticado de forma natural como, aliás, deve realmente ser praticado. A religião torna a religiosidade mais prática e funcional.
— Prática e funcional?
— Sim! Você dedica um tempo da sua vida para dormir e se alimentar?
— Sim!
— Para higiene, estudo e lazer?
— Sim!
— E para realizar gestos sistemáticos que demonstre o seu amor a Deus e ao próximo?
— Agora entendi o que você quer me dizer.
— A religiosidade não está somente dentro de uma casa de religião, mas esta ajuda a desenvolver aquela de maneira impar.
— Entendo.
— Buscando desenvolver sua religiosidade você ganhará a visibilidade que traz paz e reconforto, atraindo para si pessoas que possam vê-la como verdadeiramente é.
— Entendo.
— E é assim, de caridade em caridade, que você há de encontrar, quando for da sua hora e merecimento, homens que a verão essencialmente com os olhos do espírito, com a visão do genuíno amor.
— Nossa você me emociona falando assim!
— Procure ao senhor teu Deus e a Sua obra que todas as demais coisas vos serão acrescentadas.
— Puxa, mas você fala desta questão da invisibilidade feminina com tanta propriedade que me faz até pensar se você também não é uma mulher invisível!!!
— Sim moça! Eu, assim como você, também sou uma mulher invisível.
— Olha, em termos de beleza física, eu sinceramente não sou nada perto de você: a tua cintura consegue ser mais afinada que a minha: teus cabelos negro, sedosos, ondulados fazem com que eu me sinta calva; tuas roupas são de uma beleza que nunca pude encontrar em minha vida e o seu rosto, com destaque para teus olhos fascinantes, misteriosos, e insondáveis, parece que foi minuciosamente criado por Deus.
Será que eu poderia saber o que há para ser trabalhado dentro de ti para que o ser humano possa enxergá-la verdadeiramente?
— Olha moça perfeito mesmo só Deus, mas não é por nenhuma imperfeição minha que grande parte dos seres humanos não me vê como realmente sou.
— Verdade?
— Certamente.
— Então isto se dá assim por quê?
— Primeiramente por que cada um só dá do que tem para oferecer.
— Como assim? Do que você está falando?
— Dos sentimentos das pessoas que vivem a atacar a religião que servimos e a nós por meio do desconhecimento, despropósito e desrespeito.
— Verdade?
— Sim. Muitos dizem que somos mulher de sete maridos, que servimos para desfazer matrimônios, promover adultérios, induzir a prostituição, amarrar sexualmente uma pessoa a outra e muitas outras barbaridades que prefiro nem falar!
— Credo, mas isso é muito triste!!!
— Não moça, triste mesmo é ver centenas e centenas de pessoas que se dizem pertencentes à religião que servimos falarem, elas próprias, que fazemos tudo isto que a Lei Maior, a Justiça Divina, nosso estado consciencial e evolução espiritual não nos permitem realizar.
— Todos os conselhos, assertivas e apontamentos que ouvi de ti esta noite fazem com que eu tenha a plena convicção de que você não faz nada destes absurdos que lhe querem atribuir.
— Fico integralmente feliz e satisfeita moça!
— E eu poderia saber o por quê?
— Por você ser mais um espírito esclarecido e menos ignorante sobre nossas atribuições que são essencialmente estimuladoras não do ódio, da separação e da discórdia, mas da renovação de todo sentimento de amor virtuoso aos olhos do Divino Criador.
— Puxa, você me auxiliou tanto consciencialmente para que eu venha a sair da minha condição de invisibilidade que eu gostaria de poder fazer o mesmo por você! Teria como?
— Certamente.
— Verdade? E o que eu poderia fazer?
— Fale sempre o que você escutou sobre nós a toda pessoa que se mostrar aberta a nos conhecer como realmente somos.
— Por que você vem falando tanto em “nós”, se eu só estou vendo você!
— Você só vê a mim, mas saiba que represento uma coletividade!
— Mas eu poderia saber quem é você?
— Na religião que servimos, a Umbanda, não existe o “eu”, então eu só posso falar de nós: Nós somos uma parte da luz de Deus que ilumina as trevas, somos a sexualidade divinamente aplicada, somos mantenedoras do relacionamento sexual sadio e fraterno, nós somos amor, somos mulher, somos Pombas Giras.
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