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quinta-feira, 17 de maio de 2012
Baianos ;*
Uma breve Homenagem ao Sr. Chico Preto
Raras são as informações que se obtém dele, o nome desse blog foi justamente em homenagem a esse grande Pai, a esse grande Espírito do qual o Cosmico me presenteou, é um amigo, um pai, um irmão, um protetor, um verdadeiro mestre da Escola da Vida.
Eu me lembro como se fosse ontem a sua primeira aparição… Era uma gira de baianos, onde em minha mente, plasmou-se uma entidade como se fosse um roceiro, o mais interessante, foi que eu o vi em uma árvore, em um local que parecia uma chácara, uma fazenda, estava ali, um belo senhor simpático, chapéu diferenciado, não era bem de palha, um material diferenciado, calças dobradas e uma camiseta amarela.
O que mais me chamou a atenção foi o tamanho do seu cachimbo, é um cachimbo muito grande e feito artesanalmente, o cabo de madeira e onde guardamos o fumo, material de barro, feito também artesanalmente.
Em questão de segundos fui influenciado pela sua vibração, uma vibração extremamente sutil, diferenciada da vibração de baianos que eu já estava habituado, lentamente foi tomando conta dos meus sentidos e quando dei por mim, já estava com a visão meia turva, falando diferente com um sotaque extremamente mineiro, muito simpático e alegre.
Mas veio, falou muito pouco, talvez por não estar habituado com a minha energia, não tenha incorporado de uma forma tão completa, mas ele solicitou o cachimbo, da forma que eu havia visto e disse apenas que o nome dele era “Amor” e que trabalhava na falange da “Caridade”, talvez para me ensinar que nome não é tudo, porque é a primeira coisa que eu quero saber de uma entidade é o nome, para eu correr atrás das pesquisas.
Após algumas semanas de trabalho, ele foi moldando-se mais à minha energia e foi trabalhando da forma que ele realmente atuava, já com o seu cachimbo, e diga-se de passagem, me deu a maior vontade de entrar do nada em uma casa do norte e acabei achando logo os dois juntos, o cachimbo e o seu chapéu, achei uma bênção. Mais solto, mais desenvolto em minha matéria e com o axé da casa, entoou um ponto assim:
Eu vim de Minas
Mas Nasci no Piauí
Saravá Sr. Chico Preto
O que vem fazer aqui?
Confesso que eu estava “assistindo” de uma visão pouco privilegiada o seu trabalho, mesmo assim, me encantei na primeira vez que o vi.
Com o passar do tempo, após alguma labuta e nenhuma informação eu obtive, em um dos trabalhos ele trouxe mais alguns pontos:
Sr. Chico Preto, Chico Preto Tenha dó (bis)
Venha cá salvar seus filhos
Tu é mestre do Catimbó
Todo mundo quer, quer, quer, quer
Chico Preto quimbandeiro lá do povo da Guiné
Lá na Jurema teve um fuá
Levaram o Milharal
Quem levou foi Chico Preto
Pra levar todos os Mal
Aí fui me apaixonando, pelo seu sotaque, pela sua alegria, pela forma que conduzia os trabalhos, um carisma singular, e com isso, foi atraindo a atenção dos filhos da corrente e dos assistentes que ali adentravam.
Aí veio um outro grande problema: Ele pediu uma batida de milho, mais uma vez, corri atrás de algo bem peculiar de seu trabalho, a facilidade que eu tive pra achar seu cachimbo se inverteu, mas procurando, procurando, achei uma casa do norte que vendia batida de milho, e logo comprei.
Mesmo não sabendo nada sobre Chico Preto, comecei a procurar a pesquisar o catimbó e em alguns fóruns, conheci a Aparecida, uma mulher de 52 anos que já conhecia o catimbó desde os 10, e começou a me falar muito de Chico Preto, inclusive, do uso de cachimbos artesanais no culto à Jurema, vulgo Catimbó, onde a fumaça é a principal fonte de trabalho do catimbó devido às raízes da pajelança. Vi que a forma que eles trabalham, não condizia muito com a minha crença esotérica na Umbanda, atuavam também sobre uma camada de trabalho mais densa.
Aí foi quando comecei a me perguntar em meu limitado conhecimento: Como um adepto à Umbanda Esotérica, pode começar a vibrar com uma energia mais densa? Um guia de catimbó na minha corrente umbandista sendo que eu nem sei o que é isso? Por que comigo?
Para responder calmamente a essas perguntas, como é de sua característica, a calma e o humor são ímpares nessa entidade, ele me explicou que primeiramente, não há ninguém tão ignorante que não tenha o que ensinar e nem tão sábio que não tenha o que aprender, com a permissão de minhas entidades, ele “enconstou” para contribuir com o meu crescimento e aprender algumas coisas que ocorriam ali dentro do casuá. Depois, ele me perguntou: Quem te disse que só atuo no catimbó? Que sou apenas um juremeiro? Eu trouxe essa força, primeiro para contribuir com a casa, segundo para que você aprenda a ser menos preconceituoso.
De qualquer forma fiquei muito alegre com sua chegada, ele é um guia que canta muito, faz todo mundo cantar com ele, é um ser extremamente dócil e humilde, abraça a todos, conversa com todos, sabe fazer as pessoas que chegam até ele se sentirem muito à vontade.
Como de costume, antes de me deitar realizo todo um ritual de limpeza, energizando uma grande luz branca pousando sobre meu coronário, atuando nos meus sete chakras principais e depois toda as más energias repousam sobre a Terra, sendo absorvidas pela vibração de Obaluaie, nesse dia, havia algo muito estranho, comecei a sentir um calor no corpo e me apareceu um mentor muito bem vestido e de muita luz, causando um calor intenso sobre meu cardíaco e plexo solar, com aparição desse mentor de luz, me começou a vir várias impressões, ensinamentos, entre outras soluções para minhas dúvidas, o mentor estava vestido com roupas orientais, grande quantidade de panos sobre suas vestes, mas como é inerente a mim, questionei o seu nome, ele com um sorriso que logo reconheci, disse: Pode me chamar de Chico Preto.
Com isso, uma outra resposta me veio de imediato, quando venho como um mineiro faceiro, venho de forma humilde, para todos aqueles humildes de coração, com carência de conhecimento, não sintam-se diminuídos a chegarem a mim, não venho para doutores e letrados, venho apenas para aqueles aflitos que buscam na simplicidade da palavra, sua salvação, para aqueles que buscam entre seus semelhantes, ou seja, o sotaque, o fumo, a bebida, buscam um amigo.
E assim solucionei a minha dúvida sobre um guia de catimbó ter encostado, o que eu entendi é que talvez tenha escolhido essa forma de trabalho, primeiro para eu conhecer mais o culto ao catimbó, segundo para que pudesse me ensinar que os guias podem plasmar-se e diminuir sua vibração para atuar em seu orbe, e ele acrescentou: Já fui sim uma pessoa simples que viveu no que vocês chamam de roça, já nasci e me criei por essas Terras e agora escolhi vim de uma forma semelhante para atuar também na Umbanda, que é um Grande Pronto Socorro Celestial.
Aprendi que nem todos os guias que optaram por trabalhar em uma vibração mais densa são espíritos atrasados, mas podem ser espíritos de grande evolução que por sua humildade, também auxiliam os irmãos mais atrasados. E gostaria de salientar que esse Chico Preto foi o que praticamente assumiu todos os trabalhos de consulta e que conduz a gira quando o sacerdote da casa está desincorporado. Chamou a responsabilidade pra ele e graças a Deus tem dado conta.
Como ele mesmo diz: Sem alegria nada se faz, sem sorriso nada se conquista, vamos cantar, vamos sorrir, aqui dentro quero farra, quero ver felicidade.
Saravá Sr. Chico Preto
Salve os Mistérios Umbandistas
Salve os Grandes Mestres Cósmicos
CHICO BAIANO
É DA BAHIA MEU PAI
Ele nasceu Francisco, mas cedo virou Chico.
Nascido em família pobre viviam modestamente no sertão baiano, seus pais lavradores, seus nove irmãos, um velho cachorro que outrora era de caça, mas há muito tempo nada mais havia para caçar.
Chico vivia em meia a seca e a miséria do sertão.
Era um menino esperto e querido por todos do povoado.
Não tinha estudo, mas era esperto que só.
Estava sempre pronto a ajudar do jeito que fosse.
Mas por vezes Chico sumia e ninguém conseguia achar o menino.
Voltava no outro dia e encontrava pai e mãe desesperados, não raro apanhava por isso.
Contava que se embrenhava no mato e acabara por encontrar vários indiozinhos, com os quais fizera sólida amizade.
A família jamais acreditava nele, pois todos sabiam que índio por ali não tinha há décadas.
Outras vezes o menino vinha falando numa língua estranha, e o povo achava que tava ficando demente Chico sumia com bastante freqüência, e alem dos amigos indiozinhos imaginários agora dizia conhecer velhos escravos.
E de fato aquelas terras já haviam sido prosperas e muitos escravos passaram por lá, mas isso também acabara com o tempo.
E assim o menino Chico ia crescendo, e cada vez mais preocupando a família.
Será que o menino tava ficando louco?
Um dia a avó de Chico ficou doente, então o pai do menino mesmo tendo enorme dificuldade o trouxe para morar com eles “onde comem dez comem onze”.
Foi então aconteceu um fato que marcaria profundamente o menino.
Numa noite de lua sua vó passava muito mal, então ele se meteu no mato e quando voltou trazia consigo varias ervas, que pediu a sua Mãe para transformá-las em chá.
Sua vó tomou a beberagem e sarou por completo.
Para alegria de toda a família.
Mas como é que um menino de 7 anos poderia conhecer tais ervas?
Em sua inocência Chico confessou que foram seus amigos índios que lhe ensinaram.
Dessa vez ninguém ousou bater nele.
E sua vó que até então nada sabia das histórias, chamou Chico do lado e segredou:
“_ meu filho isso que tu vê não é ser vivente, mas espíritos que te acompanham, segue eles meu neto, pois são de luz, e se estão com tu é porque é de seu merecimento”.
E assim fez.
Chico sempre no mato onde ninguém sabia e lá foi aprendendo coisas.
O tempo passando ele já adolescente, ajudando e dando conselhos a toda gente, era mal de quebranto, era verme, era mal de amor, tudo vinha parar no pé de Chico.
A notícia se espalhou e muitos vieram ter com Chico e para todos, ele tinha um conselho, uma reza, uma planta.
Ate que o coronel dono das terras soube da historia e nada gostou.
Resolve ter com o pai do menino, disse que em suas terras feiticeiro não vivia e acompanhado de capangas exigiu: ou o menino se mudava ou ele expulsaria a família toda.
Não tendo escolha mesmo a contra gosto da família o jovem se foi numa noite estrelada, tendo como testemunha e companhia dos amigos que só ele via.
E assim foi seguindo sertão adentro, ajudando a quem quer que fosse e recebendo comida e amor como paga.
Não viu a infância passar, também nada percebeu da adolescência, e virou adulto sem perceber.
Não tinha conta de quantas cidades conhecia, foram anos de peregrinação e saudade da família, mas sabia que pai, mãe, a avó, e alguns irmãos já estavam no plano espiritual, pois em sonho sempre que alguém dos seus ia falecer ele via um homem com roupa de palha e uma linda mulher vestida de vermelho trazendo pela mão o parente que se ia.
E Chico chorava sozinho e pedia a DEUS proteção para eles.
Agora Chico se estabelecera numa casa de pau a pique no meio do mato.
E muita gente do local acorria ate ele, e sempre que isso acontecia, ele via seus amigos espíritos, e muitas vezes, via que eles entravam em seu corpo e ele a tudo assistia, maravilhado e agradecido.
E assim a fama do já então pai Chico se espalhava pelo sertão afora.
Hoje à noite está linda como a muito ele não via, seus amigos do mundo espiritual mostram que ele terá visita.
E assim ocorre; não tarda a aparece por lá um velho e rico senhor acompanhado de seu neto que esta muito doente e que doutor nenhum consegue lhe ajudar.
Chico percebe que o menino esta acompanhado de espíritos maus.
Mas ele pede força a Deus e aos seus mentores, e com rezas, folhas, e certos apetrechos, consegue como por milagre curar o menino.
O velho fazendeiro chora emocionado e só agora Chico percebe que ele não lhe é estranho.
Sim!Trata-se do fazendeiro que expulsou o então menino Chico de suas terras.
O homem também descobre isso e de joelhos pede perdão.
Chico emocionado diz ao velho homem que todos na terra merecem perdão e que não seria ele soldado de Oxalá a negar.
De tão contente o fazendeiro implora a Chico que volte para a velha fazenda e assuma parte das terras da fazenda.
E assim foi feito, ao retornar ele transformou a casa dos falecidos pais em um terreiro de Umbanda que funcionou ate o dia em que ele foi passear na mata para não mais voltar.
Ninguém achou o corpo dele e a noticia se espalhou: Chico se encantara!
Dizem que muitas pessoas em noite de lua ouvem o seu canto e suas rezas alegres.
O tempo passa rápido e Chico agora mora em Aruanda, tem muitos filhos que lhe servem de aparelho.
Incorpora em todos com amor e carinho e procura continuar levando avante a bandeira da caridade.
Na giras de Baiano ele é sem duvida uma das entidades mais alegres e prestativas.
Tem especial predileção por uma moça filha de Oxum que ele sabe ser ótima médium e carregar linda baiana; e embora a moça tema a incorporação, tem missão e logo será também médium ao lado do pai que é cavalo de Chico Baiano.
E assim segue a Umbanda com seus espíritos de luz e sempre prestando a caridade.
SARAVA A BAIANADA
SALVE CHICO BAIANO!!!
BAIANA DO BALAIO
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, com sotaque característico.
Gostam de conversar e contar causos, mas também dão broncas.
São “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversam bastante, falam baixo e manso, são carinhosos e passam segurança ao consulente.
Entre os nomes mais populares de baianos estão:
Severino da Bahia, Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro, Maria das Graças, Maria das Candeias, Sete Ponteiros, Mané Baiano, Zé do Berimbau, Maria do Alto Do Morro, Zé do Trilho Verde, Maria do Balaio, Maria Baiana, Maria dos Remédios e Zé do Prado.
Alguns dos baianos supostamente foram cangaceiros do bando de Lampião, associados no imaginário popular à luta contra as injustiças sociais.
Incluem, além do próprio Lampião, Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão, Sinhô Pereira, Chumbinho e Sabino.
Têm sido associados aos baianos também os "malandros", inspirados no tipo tradicional do malandro carioca, possivelmente as entidades mais ambivalentes da Umbanda, visto aparecerem também como exus.
O mais conhecido é Zé Pelintra, ao qual se associam Zé Navalha, Sete-Facadas, Zé-da-Madrugada, Sete-Navalhadas, Zé da Lapa e Nego da Lapa, entre outros.
UMA LENDA DE CABOCLO BAIANO
Um conto diz que Lampião e Zé Pelintra, no além, estiveram a ponto de brigar por causa de Maria Bonita, que o segundo resolveu cortejar.
Lampião ameaçou mandar Zé Pelintra para o inferno.
Zé Pelintra zombou da ameaça, pois "entra e sai de lá a toda hora".
Lampião puxou a peixeira e chamou seu bando ou falange, quando apareceu Severino da Bahia, antigo babalorixá de Salvador, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos.
Severino convenceu-os a baixar as armas e conversar.
Explicou a Zé Pelintra que Lampião lutou por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, mas cometeu muitos abusos.
Zé Pelintra, por sua vez, nascera no sertão de Alagoas, migrara para o Rio de Janeiro e driblara os problemas da vida, a fome, a miséria, as tristezas, com seu jeito esperto e foi transformado em herói depois da morte, embora também cometesse muitas violências.
Zé e Lampião descobriram que eram muito parecidos e igualmente valorizavam a justiça, a amizade e a lealdade.
Severino então convenceu-os a participar da Umbanda e trabalhar pelos pobres e excluídos.
Teria nascido então a Linha mais alegre, divertida e "humana" da Umbanda, que acolheria a qualquer um que quisesse lutar contra os abusos, a pobreza, a injustiça, as diferenças sociais e teria na amizade e no companheirismo sua marca registrada.
Uma linha de guerreiros, que um dia excederam-sese na força, mas que passavam a lutar com as armas da paz.
Dizem ainda que continua a queda de Zé Pelintra por Maria Bonita, mas ele a deixou de lado devido ao respeito pelo irmão Lampião e passou a namorar uma pombagira que conheceu na Umbanda.
É por isso que ele às vezes "baixa" disfarçado de exu.
BAIANA MARIA OLINDINA DA LUZ
A baiana chegou da Bahia…
Rosalva caminhava com dificuldade equilibrando os baldes com água que trazia, um sobre a cabeça e mais um em cada mão. Essa era sua tarefa de todas as manhãs, seguia até a cacimba que ficava a cinco quilômetros de seu pequeno povoado, enchia os três baldes que serviriam para as tarefas diárias de sua família e voltava cantarolando pelos caminhos secos e arenosos do sertão nordestino. Normalmente ia e voltava com outras pessoas que faziam o mesmo percurso, mas hoje, tinha pressa, era dia de procissão na igreja de São João e ela não queria perder tempo, despediu-se dos acompanhantes e partiu com pressa. Na flor de seus dezesseis anos, sonhava encontrar alguém para casar e nada melhor que a quermesse da paróquia. Ia fazendo planos de namoro e casamento com alguém que encontraria logo mais a noite. De repente dois homens pularam em sua frente. Seu coração disparou. Eram cangaceiros. Conhecia as histórias que se contavam a respeito deles e sabia que teria de fugir imediatamente, jogou os baldes e precipitou-se em uma corrida desesperada. A perseguição foi difícil, a menina corria muito, mas os homens conseguiram enfim alcança-la. As lágrimas e pedidos de clemência foram inúteis. Rosalva foi impiedosamente deflorada por ambos. Jogada no chão tentando cobrir a nudez com os restos do vestido rasgado, encarou seus algozes que riam satisfeitos: – Vou com vocês! – falava sério, com o olhar vidrado de ódio – O que mais me resta depois do que me fizeram? Os homens entreolharam-se surpresos: – O que tá dizeno menina? – Quero seguir seu bando, não posso mais casar, estou perdida! Vou com vocês. Assim Rosalva entrou para a vida errante do cangaço. Durante vários anos fez parte do grupo que perambulava pelas cidades fazendo assaltos que garantiam a sobrevivência do grupo. Não aprovava as mortes espalhadas pelo bando e por isso nunca usara nenhuma arma, fazia apenas o “apanhamento” que era como eles chamavam o furto praticado depois de algumas chacinas. Foi em um desses ataques que tudo se precipitou. Um pequeno sitio foi invadido por eles e dois homens foram mortos. Rosalva recebeu a ordem de fazer o apanhamento, como de hábito. Ao entrar no quarto para exercer sua tarefa encontrou uma mulher, grávida, totalmente descontrolada que empunhava uma grande faca e partiu para cima dela. A lâmina provocou um corte profundo em seu braço fazendo com que gritasse de dor. Roxinho que estava em outro cômodo correu para lá a tempo de chutar a mão da mulher, o que fez com que a faca voasse por sobre a cama e a mulher em desequilíbrio fosse ao chão. O cangaceiro ao perceber a avançada gestação, entregou sua garrucha para Rosalva: – Mate a vagabunda, fiz promessa de não matar prenha! Ela olhou pra o companheiro espantada. – Não posso, nunca matei ninguém! – Sempre tem primeira vez, mate logo. Essa franga te cortou! Ela sabia que as ordens de Roxinho não deviam nunca ser desobedecidas. Empunhou a arma e apontou para a cabeça da mulher. Esta, acuada e pronta para a morte, olhou com ódio para ela: – Mate infeliz e leve para o inferno o pecado de ter matado dois! Rosalva, trêmula, engatilhou. Em uma fração de segundos levou o cano para a própria fronte e disparou. Acabava aí a história de uma mulher que nunca conseguiu ser feliz.
Hoje, nossa companheira de todas as horas traz na terra o nome de Maria Olindina, na linha dos baianos é só sorriso e alegria, deixou para trás a vivência sofrida em terras nordestinas para ser nossa mãe, amiga e confidente para todas as horas.
Sarava Dona Maria Olindina da Luz
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Adorei!
ResponderExcluirGostaria de saber como é a aparência do Chico Bahiano e a cor da roupa, pois gostaria de pinta-lo, ele tem me ajudado muito!
Obrigada.
Gostaria de saber às doutrina de Chico baiano
ResponderExcluirBoa noite a todos. alguém sabe onde posso encontrar a imagem dele?
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