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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Exú ;*


Trabalho de um Exú Guardião Capa Preta




O ônibus estava lotado, eu não conseguia vê-la, mas sabia que estava lá. Podia senti-la, captava sua angustia, sua indecisão, e acima de tudo seu medo. Ela não estava só, alem de mim, vi outros que a acompanhavam. Eram de outra faixa vibratória, pertenciam ao passado. Tentavam envolvê-la com uma energia densa e pegajosa. Sempre que faziam isso ela ficava mais nervosa e também mais decidida. Eu os via, mas eles não me notavam. À medida que o ônibus avançava pelas ruas centrais mais e mais pessoas entravam. Todos apressados para chegar em casa. O coletivo corria em direção a periferia da cidade. Ela esta lá, meio deslocada, olhava com insistência um pedaço de papel. Ali em suas mãos o endereço que segundo ela mudaria seu destino. Ato continuo ela toca a campainha, o ônibus para, descemos...

Aqueles que a acompanham, vibram, ela esta na iminência de servir como instrumento na vingança que planejam há muito tempo. Vibram com tanto ódio que ela enfureceu-se consigo mesma. Como se deixara envolver por aquele rapaz? Tinha que resolver isso imediatamente e tratar de seguir sua vida, sem que seus pais soubessem. Ela verifica o número anotado, esta perto. Chega a uma casa humilde, como todas as outras ali no bairro. Toca a campainha é atendida por uma senhora que executara o serviço. A mulher a analisa rapidamente, já vira muitas iguais a ela, não tem tempo para conversa fiada.

Pede-lhe o dinheiro e manda que espere, pois existem duas mulheres na frente dela. Ela senta-se e aguarda. Eu tenho que agir rápido. Vibro minha espada no ar, e os seres trevosos que a acompanham estarrecem ante minha presença. Fatalmente eles me notam,agora ou correm ou me enfrentam. Decidem sabiamente pela primeira opção, saem da casa, mas ficam do lado de fora, tentando contatar outros que podem vir ajudá-los. Aproveito para me aproximar dela. Envolvo-a com minha capa, ela se acalma, por um instante, sugestionada por mim e titubeia. Já não tem certeza se deve continuar. Eu vibro em seu mental para que saia dali vá tomar um ar fresco lá fora. Ela me atende. Quando chega , ainda envolvida por minha capa, torna-se invisível para os que a acompanham. Tenho que me materializar. Ela assusta-se ao me ver, tenta gritar não consegue, tenta voltar para dentro da casa, mas eu a impeço. Chamo-a pelo nome, digo-lhe que não deve me temer, falo que venho em paz. Tenho uma missão: Evitar que ela faça o aborto. Não deve impedir aquele espírito de vir ao mundo. Pouco importa se a concepção fora fruto de uma aventura. Deve deixá-lo vir. Será um menino, veio do passado para cumprir uma missão, ela não deve abortá-lo. Sei que seus pais não aprovarão a gravidez, mas me comprometo a acalmá-los e fazê-los aceitar.

Ela chora, não entende como pode estar ouvindo aquilo. Falo com tanta firmeza que ela quer saber quem sou. Digo-lhe que me chamam de Exu Capa Preta, sou um guardião, protegerei o menino que ela carrega no ventre. Estarei ao lado dele a vida toda, acompanhando-o, guiando-o e protegendo-o. Portanto ele não deve temer. Chorando ela consente, avança para a rua, toma um ônibus e retorna para casa. Protejo-a durante a gravidez, o menino nasce forte e saudável, cresce sem sobressaltos como prometi. Sempre que acho conveniente deixo-o que me veja, aos poucos vou me apresentando. Hoje ele esta feliz, acabara de completar 18 anos.

Seus amigos comemoram a data festiva. Movido pela curiosidade o rapaz resolve conhecer um terreiro de Umbanda. Estou ansioso, chegou meu grande dia! Ele chega, senta na assistência. Lá dentro uma gira de Exu. Eu já me entendi com o Exu chefe da casa, somos bem vindos. Quando ele entra para tomar um passe com linda Pomba Gira eu tomo-lhe à frente e incorporo. Abraço a moça com carinho, já nos conhecemos de longa data, fumo, bebo, canto. Daqui para frente haverei de incorporar sempre que necessário. E assim foi. Ele desenvolveu, abriu seu próprio terreiro, cumpre com amor e carinho sua missão. De minha parte não o abandono nunca. Estou sempre disposto e feliz, pronto para incorporar. Através dele ajudo a todos que me procuram. Também trago em terra outros que vêem cumprir a missão. Sua mãe sempre que estou em terra me abraça com carinho e gratidão.

         Salve o Trabalho dos Exus na Umbanda,

Laroyê Exú Guardião Capa Preta!



Problemas com Demanda



Em novembro/2001 passei por um problema envolvendo "fofocas" com uma turma muito próxima a mim.

Uma moça, que era muito minha amiga, envolveu minha namorada num problema sem solução, pelo menos pra mim.

Depois que a história e muitas estórias vieram à tona, tive problemas com meu pai-de-santo (que soube resolver com muita habilidade), mas sobrou para mim e um grande amigo o alvo dessas estórias.

Perdi a namorada e ganhei alguns inimigos, mesmo sem querer.

Dentre os inimigos, apresentam-se duas pessoas que, sem conhecimento de qualquer outra pessoa do meu grupo de amigos, praticam a magia negra.

Como foram atacados e, pensando que eu e meu amigo fomos os responsáveis pelo "estrago", resolveram "testar" sua magia negra contra nós. O bombardeio foi grande. Sentíamos grandes e fortes energias negativas a toda hora. Negócios dando errado. Problemas de trânsito. Problemas com a família, etc, etc, etc...

Eis o dilema: como resolver a situação???

Trabalho com um Exú que é um grande amigo e um guia de extrema sapiência.

Num dos trabalhos em que tive a oportunidade de conversar de maneira muito franca com ele e explicar-lhe a história e de como fomos envolvidos neste problema, prostrei-me a ouví-lo com toda a paciência e humildade.

Na verdade, eu queria mesmo é atacar as pessoas que me atacavam, seguindo o velho ditado: "A melhor defesa é o ataque".

O Exú, com muita calma e grande sabedoria que lhe são características, explicou-me:

"Meu amigo e querido cavalo. Dói-me saber que estão lhe atacando, ainda mais sabendo que estas pessoas pouco sabem o que estão fazendo.

Mas a solução não está em atacar também. O grande segredo é manipular a energia que está sendo enviada. Retirar dela o que lhe pode ser produtivo e positivo.

Aprender a se defender sem machucar qualquer outra pessoa.

Lembre-se, querido amigo, que saber manipular a energia é o verdadeiro segredo da magia.

A magia está em cada átomo que existe neste universo e qualquer pessoa pode ter a capacidade de manipulá-la para o bem ou para o mal.

A magia reside dentro de cada um, basta que saibam como procurá-la. Num espaço muito pequeno pode existir energia suficiente para destruir ou salvar o mundo. Os seres humanos é que não a conhecem ainda e não poderão conhecê-la enquanto houver o mal habitando seu coração.

Louvado seja aquele que a manipula para o bem, visando a cura das doenças, a paz para os aflitos, a solução dos problemas do seu próximo, pois esta é a Lei Divina.

A melhor maneira de se defender é aproveitar esta energia para tentar tirar as pessoas que a enviaram da escuridão em que se encontram.

Seu primeiro passo, embora muito difícil para qualquer um, é o perdão incondicional. Você estará combatendo esta energia com a maior força que existe: o amor.

A cada vez que estas pessoas tentarem enviar nova energia negativa contra você, seu escudo de amor e perdão a refletirá e a Lei do Retorno cuidará do resto.

Tenha sempre em mente que não há mal que supere o amor, não há energia negativa que consiga romper sua barreira de boas intenções e ações e a verdade sempre prevalecerá, cedo ou tarde ela aparecerá, cedo ou tarde em vosso limitado conhecimento do universo, mas será sempre na hora certa."

O Exú me mostrou ainda que, manipulando a energia da maneira correta, primeiro e inevitavelmente, as pessoas que demandaram contra mim e meu amigo, seriam diretamente atacadas, fazendo parecer que o "trabalho de magia negra" fora muito mal feito.

É importante lembrar que existem espíritos de baixo nível que responderam às solicitações deste trabalho de magia negra, pois foram "alimentados" para isso.

O primeiro retorno que tive foi: numa segunda-feira, dia de trabalho num terreiro, um desses espíritos "pagos" para nos atacar pediu ajuda para o chefe dos trabalhos desta casa. Foi o primeiro a desistir do ataque e procurar o caminho da luz. Já conseguimos então a obter sucesso.

O segundo retorno: na mesma semana, as pessoas que nos atacaram pareciam muito perturbadas durante os trabalhos. Não conseguiam concentração nem a paz necessária para o bom andamento de seus trabalhos.

O terceiro: sem sequer pedir, o Exú da pessoa que estava me atacando, antes de "subir" veio conversar comigo, Exú este que nunca tinha me dirigido a palavra. Veio me falar que meus negócios agora teriam sucesso. E me deu a chance de lhe falar:

"Meu pai, a única coisa que está me impedindo é a falta da verdade! Só quero que seu cavalo saiba da verdade e que nesta história eu não tenho culpa e ainda estou sendo atacado, mas como o senhor sabe, não conseguiram me atingir e nunca conseguirão, pois sei que o senhor não está envolvido."

Depois de conversar com o Exú, nunca me senti tão leve e realizado, sabendo que ele sabe da verdade e que não participaria desta falcatrua.

O que me dói é saber que dentro de uma gira de Umbanda ou qualquer outro tipo de trabalho, onde vamos praticar o bem, existem alguns elementos praticando a magia negra e "testando" seus ínfimos poderes e conhecimentos contra um irmão!!! E ainda bem que foi contra um irmão!!! Pior se fosse contra uma pessoa que não conhece o poder da magia e indefesa!

Agradeço às pessoas que demandaram contra nós, pois nos deram a possibilidade de aprender um pouco sobre energia, suas origens, destinos e como manipulá-la. Deram-nos a possibilidade de aumentar nossos conhecimentos sobre o amor e sua impenetrável barreira contra o mal.

Agradeço, também, a estes 2 Exús que sempre olham por nós e por muitos.

Agradeço, principalmente, ao nosso Pai, cuja Lei do Retorno prevaleceu em prol do amor.

Laroyê Exú.

Exú é mojibá.


Exu Pisa no Toco de um Galho Só!



Dá licença esse escora dar um recado usando para começo esse refrão: “Exu pisa no toco de um galho só!”

         Tudo no universo tem seu aspecto dual. O que está abaixo não prescinde do que está acima para poder chegar a linha divisória que demarca essas duas dimensões e de cátedra posso dizer que a caminhada é longa, não havendo razão para desperdício de tempo. É nesse ponto vibracional, entre outros,  que nós exus de umbanda trabalhamos refreando as investidas das trevas para a manutenção da luz.

         Aos que fazem por merecer, abrimos passagem e convidamos ao trabalho, aos que devem executamos a lei. Falta de caridade? Não! Bom senso! Pois para o delinqüente há o reajuste da Lei.

         O reino das sombras é uma verdade irrefutável! e nas minhas andanças tenho analisado que o que mais incomoda a alguns de vocês não é o conhecimento dessa verdade. O que mais vos incomoda é saber que muitas vezes são vocês mesmos que alimentam esse reino com vossos desejos espúrios quando deixam vir à tona a ânsia pelo poder, pelo enaltecimento e pela conquista das felicidades que os evidenciem. Quanta ilusão!
       
Pois é! O reino das sombras começa num lugar bem perto e acessível no qual vocês nunca colocam tramela – a mente de cada um – e nessa viagem, a estação terminal chama-se trevas!

         Quantos ditos chefes de terreiro ou denominações que equivalham não caem nessa armadilha? Achando que servem a luz, cada vez mais aprimoram a forma de oferendar a Exu num gasto exorbitante de iguarias que visam única e exclusivamente satisfazer egos que sempre estão inflados com respostas prontas para dar veracidade, seriedade, credibilidade e respaldo para esse tipo de manuseio.

         Há os que ainda tem a petulância de referirem nestes termos: “fazemos isso para Exu porque eles só gostam de coisas boas e de muita fartura, além de ser uma paga por toda segurança e proteção que dão ao nosso terreiro e aos nossos trabalhos.”

         Quanta inverdade! Quanta mistificação! Por quê?

         Em primeiro lugar quem está na carne são vocês e não nós! Portanto, não precisamos dessas ditas “coisas boas” que vocês justificam. Esse  conceito de bom de vocês deixa muito a desejar.

         Em segundo lugar quem gosta de paga é quiumba e não exu de lei!

         Estejam alertas crianças!

         Há muito lobo tresmalhado em pele de cordeiro e não é só no astral não!

         Escutem aqui uma coisa! Exu  não se vende, não manda sujar encruzilhada, não se troca, não se ilude e nem ilude, não engana e nem é enganado.

         Exu é exu! E nunca será um fantoche na mão de quem quer que seja. Exu tem trabalho a cumprir e assim o faz com ordem, disciplina e outorga.

         Tenho ouvido muita explicação estapafúrdia sobre o trabalho dos exus! Nós  sabemos muito bem a diferença entre qualidade e quantidade e preferimos sempre a primeira.

         Exu manipula elemento ao contrário de viver do elemento ou em função dele, até  porque existem gases no astral que vocês neste mundo físico nem tomaram ainda conhecimento!

         Ou pensam que as descobertas das partículas sub-atômicas são o ponto final de tudo?

         Querem realmente agradar a exu? Mas agradar mesmo? Desamolem vossas línguas ferinas, imolem vosso orgulho e vaidade e entendam de uma vez por todas que nós – os exus de umbanda – somos servidores dos Orixás a serviço dos Caboclos e Pretos Velhos e não bobos da corte que faz graça para quem rir melhor ou para quem pagar mais.


Exu pisa no toco

Exu pisa no galho

O galho se quebra

Exu não cai ô ganga

Ê exu olha pisa

No toco de um galho só!


Para quem entende de curimba e de exu eu já dei o meu recado!

Eh, eh, eh...

Marabô da Encruzilhada, um toquinho no astral!



Mensagem de Um Exu



As dificuldades da vida existem como provação de seus erros e falhas destas e de outras passagens pela vida terrena, isto não é culpa e nem obra dos Guias, Orixás, e nem da Umbanda, mais sim pela infinita bondade do criador que da à vocês seres encarnados a oportunidade de reaver suas falhas Karmais e “dividas” passadas. 

Então dificuldades financeiras, doenças, dificuldades em geral, agradeça por ela, pois é a sua chance de se redimir perante as leis do criador, porém agradeça, mas não se conforme e se entregue a elas, lute seja forte e exerça a sua fé, procure trabalho quando o problema for dinheiro, se esforce quando o problema for falta de clientes no seu trabalha corra atrás, quando o problema for saúde mude seus hábitos, se trata, ou seja, agradeça pela oportunidade de reaver seu Karma, mais lute para superar a dificuldade em seu caminho. 

A verdadeira evolução não esta no problema em si, mais sim na forma com que você ira resolve-lo e superá-lo.

E saiba sempre que o dinheiro não é a fonte da vida, não se transforme em escravo do dinheiro e sim trabalhe para cumprir suas tarefas carnais, mais tenha como objetivo a espiritualidade a ajuda ao próximo, o amor mutuo ao Criador e a sua fé.

A Bíblia do Umbandista - Por um Exu





Meus irmãos eu vou relatar um pensamento, que me foi apresentado, de um Guia, em uma gira de Exu-Velho, e sinceramente, eu fiquei impressionado com a sabedoria deste Exu-Velho, no final do relato eu conto quem foi o Sr. Da Luz.

Certo dia estava conversando com um conhecido de outra religião (totalmente oposta aos nossos conceitos) e acabamos entrando em uma discussão sobre livros e claro que o questionamento inevitável foi feito:

- Porque a sua religião não tem uma Bíblia? 

O Silêncio o tomou conta de nosso diálogo por um pequeno instante. Expliquei que temos vários livros que contam a história de nossa religião, procedimentos, condutas, fatos que são relatados, etc. Mas confesso que de início concordei com a observação do questionador. 

Bom, continuamos com a nossa conversa, mas aquilo ficou martelando em minha cabeça, por alguns dias, até a chegada da Luz de irmão e amigo Exu-Velho. 

É chegado o dia da Gira de Exu-Velho, os sábios Tatás que recebemos em nossa Sagrada Umbanda, e posso dizer a vocês de coração, realmente que sabedoria eles possuem.

Todos os preparativos prontos, então nós iniciamos, defumação sendo passada, pontos cantados, energia circulando, trabalho aberto, assistência pronta para atendimento e o meu amigo e irmão, que tenho um respeito enorme, chega ao terreiro para os trabalhos e atendimentos. 

Os atendimentos são iniciados, os passes de limpeza, de cura, de incentivo etc. e a dúvida martelando em minha mente, até que uma voz meio idosa que saía do fundo da alma no meio do vazio dizia-me:

- Sossega “burro novo”, acalme-se que depois nos conversamos, temos muito trabalho pela frente.

Acatei os conselhos do Sr. e concentrei-me no trabalho. 

Após os atendimentos é chegada à hora dos esclarecimentos. 

Então o Sr. Exu-Velho com toda a sua Divina sabedoria dá a sua palavra para este “burro novo” (é assim que sou chamado por ele):

- O “burro novo”, quando lhe perguntarem “Qual é a sua Bíblia?” você calmamente sorri e responde:

- A minha Bíblia é  imensa e chama-se Natureza, uma única e verdadeira obra, feita pelas mãos do grande Criador do Universo, onde seus capítulos e versículos são:

A Cachoeira

O Lago

O Mar

A Mata

O Céu

A Pedreira

O Caminho

O Fogo

A Terra

A Chuva

O Vento

O Dia

A Noite

A Vida

A Morte 
Onde tudo que precisamos saber está escrito nela, e já faz um bom tempo que foi escrito, antes mesmo de aparecer à nossa escrita. E que tudo isso é obra do Divino Criador do Universo, onde devemos o devido respeito. Ela é a nossa Bíblia, ela é Bíblia do Umbandista. 

Por estas poucas, e sábias, palavras eu agradeço ao Sr. Exu-Velho, pelo conhecimento passado a este “burro novo”.  



Laroyê  Sr. Tatá Caveira.


Pomba Gira ;*


Desmistificando as Pombas Giras



QUEM É A POMBA GIRA

Quem são as Guardiãs Pombas Gira?
Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pombas Gira:

Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pombas Gira.
Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.
Não temos culpa se certos “médiuns” medíocres dão passividade para quiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.
Dentro da hierarquia das Guardiãs Pombas Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pombas Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombas Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do mediunismo redentor.
Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.
As Guardiãs Pombas Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.
A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilância das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombas Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.
As Guardiãs Pombas Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.
Cabem as Guardiãs Pombas Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.
Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pombas Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;
Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pombas Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pombas Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.
As Guardiãs Pombas Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.
Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pombas Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombas Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pombas Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.

A Legião das Guardiãs Pombas Gira atuam:

• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.

• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.

• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.

• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.

• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.

• Trabalham no combate das viciações que escravizam os médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.

• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.

• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.

• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.

• A Guardiã Pombas Gira atuam no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.

• As Guardiãs Pombas Giras conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.

• A Guardiã Pombas Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.

Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.
Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:

SER GUARDIÃ POMBA GIRA….
• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.

• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.

• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.

• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.

• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.

• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.

• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.

• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.

• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.

• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.

• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo


REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA


Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró

Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.
Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.

Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.
Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.
Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.
Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.
Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos mediúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.
Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.
Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.
Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus médiuns, seus filhos.
É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.
Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.
Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.
Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.
Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.
Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.
Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…
Por hoje é só.

Dona Sete.

             Fonte: Texo cedido gentilmente por Pai Juruá. Trecho extraído do livro: Exus e Pomba Gira na Umbanda – Simbolismo e Função.


Mulher Invisível



Maria era possuidora de uma beleza raríssima, sendo provavelmente um dos mais belos seres humanos já criados por Deus.

Ela caminhava a passos rápidos por uma das ruas que margeavam a beira-mar na bela cidade de Vitória.

Já era noitinha e ela precisava retornar ao lar para tomar um bom banho antes de ir para a faculdade.

Chegando às proximidades do portão de entrada da sua residência Maria avistou uma senhora maltrapilha e com vestes mal cheirosas. Esta senhora aproximou-se dela e pediu um trocado para inteirar um valor a fim de comprar uma passagem de volta ao seu lugar de origem.

Maria então retirou do bolso uma nota em dinheiro e entregou à senhora, sendo agradecida por esta de maneira bastante calorosa.

Algumas horas depois Maria já estava retornando com o seu automóvel da faculdade para a casa quando, em um destes semáforos da vida, um homem apareceu à janela do seu veículo pedindo dinheiro para se alimentar com alguma coisa.

Ela, assim, olhou para o lanche que havia comprado na cantina da faculdade e depositado no banco do carona e, sem pensar duas vezes, entregou-o ao homem dizendo:

— Dinheiro eu não tenho, mas o senhor aceita este lanche?

— Mas é claro dona, quem tá com fome não escolhe o que comer!!! Muito obrigado!!! Obrigado mesmo!!!

O sinal de trânsito abriu e Maria tornou a guiar o carro em direção a sua residência.

Chegando ao seu local de destino ela fez um mexido com as sobras do almoço, tomou uma ducha e foi dormir.

Maria dormiu e seu espírito desprendeu-se do invólucro carnal. Quem pudesse ver a sua fisionomia aparentando serenidade no corpo carnal não conseguiria acreditar que, em espírito, ela pudesse estar tão transtornada.

Maria chorava e chorava muito, chorava tanto que chegava a soluçar. Sentindo uma angústia terrível em seu intimo ela se pôs a correr ritmadamente como se estivesse correndo em um calçadão a beira-mar.

Maria corria, corria e corria, mas alguma coisa estranha acontecia por que ela não conseguia se cansar e nem suar: o único líquido que escorria do seu corpo eram as lágrimas que desciam sem cessar dos canais lacrimais pertencentes aos seus belíssimos olhos azuis.

Maria não estava cansada de correr, mas estava cansada de chorar e talvez tenha sido justamente por isto que ela estancou os seus passos nas proximidades de uma encruzilhada.

As lágrimas ainda deslizavam desenfreadamente dos seus olhos quando ela avistou uma mulher ao longe que caminhava em sua direção. Maria achou curioso, mas a medida que a mulher se aproximava, as lágrimas começavam a diminuir dos seus próprios olhos na mesma proporção.

Quando estava a uma distância de três passos de Maria a mulher em questão perguntou a ela:

— Boa noite moça! Tudo bem?

Maria não soube o que responder, mas demonstrando honestidade, disse:

— Mais ou menos.

— É difícil ser invisível, não é?

— Você me desculpe discordar, mas penso que, talvez infelizmente, eu seja visível de uma maneira até exacerbada!!!

— A invisibilidade a tem feito sofrer bastante. No corpo de carne você até que consegue disfarçar bastante o seu sofrer, mas aqui neste plano o espírito não consegue usar máscaras de forma alguma.

— Máscara? Desculpe, mas não entendo nada do que você está me dizendo!

— Quando a mulher tem uma excessiva beleza física, como é o seu caso, é difícil fazer-se visível, não é verdade?

— Como assim?

— Os homens, que vivem no seu mundo cada vez mais materializado, não conseguem vê-la por que têm, de forma geral, os seus olhares fixos nos seus atributos físicos como se visibilidade fosse essencialmente questão de fartura de carnes bem distribuída ao longo da estrutura corpórea.

— Já as mulheres, geralmente, devido à intensa competitividade, não conseguem lhe ver como você realmente é pela excessiva fixação na sua beleza externa, fixação esta que por muitas vezes chega a ser maldosamente invejosa.

— Entendo o que você me diz.

— As belas mulheres geralmente têm que fazer um esforço terrível para que possam ser vistas pelos homens não por aquilo que têm como atributo físico, mas por aquilo que realmente são: simples, verdadeira e poderosamente mulheres.

Maria sentiu o coração bater descompassadamente quando ouviu aquelas palavras que tanto falavam verdadeiramente do que ia em seu intimo e procurou chorar, mas as lágrimas não vieram.

— Não adianta tentar produzir lágrimas dos seus olhos moça.

— Por que não?

— Por que a produção destas está momentaneamente desestimulada por mim.

— Isto que você me diz é estranho! Como assim?

— Estou aqui para estimular sua razão por meio da renovação de suas emoções.

— Desculpe, mas por quê?

— Para que os seus níveis de razão possam ficar equiparados aos níveis de emoção ou não é verdade que você está com o emocional instável?

— É verdade sim!

— Esta invisibilidade está ficando perigosa.

— Perigosa?

— Sim, Ela a está restringindo do seu convívio social, por que você não sabe se as pessoas se aproximam de você pelo seu interior ou pelo seu exterior.

— Eu só tenho atraído pessoas desagradáveis para a minha vida.

— Ultimamente você tem até mesmo considerado sua beleza física como uma maldição a cada vez que se olha no espelho.

— É verdade.

— A beleza é algo lindo de se ver, mas para se enxergá-la verdadeiramente é muito importante a religiosidade.

— Então quer dizer que terei de esperar que a religiosidade dos outros seja despertada afim de que, assim, eles vejam a mim verdadeiramente?

— Não, você terá somente que despertar a sua própria religiosidade.

— O despertar da religiosidade em mim fará com que os outros me vejam como sou? Não vejo como isso possa ser possível!!

— Eu sei que você conhece o significado do termo religião.

— Sei sim. Significa religar, tem a função de ligar o ser humano a Deus.

— Você sabe como o ser humano pode realizar este religar?

— Freqüentando uma religião?

— Não necessariamente.

— Então como?

— Amando ao Divino Criador acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

— Fazendo isto eu deixarei de ser invisível aos olhos de todos?

— Você não é invisível aos olhos de Deus, mas a realização destas ações dará a você visibilidade aos olhos do próximo.

— Você me desculpe, mas será?

— Você quer mesmo descobrir?

— Com toda a certeza do meu coração!

— Eu lhe disse que desestimulei a produção de suas lágrimas, certo?

— Certo.

— Disse também que, aqui neste plano, a produção de lágrimas por suas glândulas está exacerbada por conta do desequilíbrio emocional dentro de ti que, por sua vez, é conseqüência de sua condição de invisibilidade aos olhos do próximo, correto?

— Correto.

— Então agora pedirei forças ao Divino Criador para fazer com que sua condição lacrimal volte a ficar como antes.

Assim, lagrimas incontidas, caudalosas e incessantes voltaram a brotar dos belíssimos olhos de Maria.

— Suas lágrimas estão rolando Maria; será que gestos caridosos podem fazer com que este fluxo lacrimal diminua? Se você quer de fato descobrir, então feche os olhos.

Maria obedeceu prontamente.

— Colocarei minha destra em sua fronte para permitir que você veja, com os olhos espirituais, os efeitos balsamizantes dos gestos de amor ao próximo.

E foi assim que Maria pôde ver o que pensou e sentiu tanto a senhora maltrapilha que estava de frente ao portão de sua casa quando recebeu um apoio financeiro para viajar, quanto o homem que dela recebeu um lanche saborosíssimo para aplacar sua fome.

Eram sentimentos de uma pungente gratidão associada à beleza física de Maria: “Meu Deus o senhor fez este anjo tão lindo de sua criação de forma perfeita, por que se ela é linda por fora, também é belíssima por dentro!!! Obrigado por sua bondade meu Deus!!! Guie os passos desta moça pelos caminhos da bondade onde quer que ela vá!!!”
A moça tirou a mão direita da testa de Maria e as visões cessaram com este gesto; Maria então abriu os olhos e, surpresa, descobriu que as lágrimas haviam cessado de seus olhos. A moça, então, disse a ela:

— E então, você foi invisível aos olhos destas duas pessoas que a misericórdia divina lhe permitiu auxiliar?

— Não, de forma alguma!

— Reconhecer-se como verdadeiramente visível aos olhos do próximo, mostrando sua beleza interior, trouxe paz ao seu emocional e fez com que as lágrimas cessassem.

— É verdade, mas eu não precisei estar como membro de nenhuma religião para poder praticar tais gestos.

— E, como lhe disse antes, isto não é obrigatório.

— Por quê?

— Por que pertencer a alguma religião não faz necessariamente com que um ser humano ame ao próximo como a si mesmo, pois é a essência divina dentro dele que faz com que este gesto seja possível; entretanto, à medida que esta essência vai se ligando mais fortemente ao Divino Criador este gesto vai sendo cada vez mais praticado de forma natural como, aliás, deve realmente ser praticado. A religião torna a religiosidade mais prática e funcional.

— Prática e funcional?

— Sim! Você dedica um tempo da sua vida para dormir e se alimentar?

— Sim!

— Para higiene, estudo e lazer?

— Sim!

— E para realizar gestos sistemáticos que demonstre o seu amor a Deus e ao próximo?

— Agora entendi o que você quer me dizer.

— A religiosidade não está somente dentro de uma casa de religião, mas esta ajuda a desenvolver aquela de maneira impar.

— Entendo.

— Buscando desenvolver sua religiosidade você ganhará a visibilidade que traz paz e reconforto, atraindo para si pessoas que possam vê-la como verdadeiramente é.

— Entendo.

— E é assim, de caridade em caridade, que você há de encontrar, quando for da sua hora e merecimento, homens que a verão essencialmente com os olhos do espírito, com a visão do genuíno amor.

— Nossa você me emociona falando assim!

— Procure ao senhor teu Deus e a Sua obra que todas as demais coisas vos serão acrescentadas.

— Puxa, mas você fala desta questão da invisibilidade feminina com tanta propriedade que me faz até pensar se você também não é uma mulher invisível!!!

— Sim moça! Eu, assim como você, também sou uma mulher invisível.

— Olha, em termos de beleza física, eu sinceramente não sou nada perto de você: a tua cintura consegue ser mais afinada que a minha: teus cabelos negro, sedosos, ondulados fazem com que eu me sinta calva; tuas roupas são de uma beleza que nunca pude encontrar em minha vida e o seu rosto, com destaque para teus olhos fascinantes, misteriosos, e insondáveis, parece que foi minuciosamente criado por Deus.

Será que eu poderia saber o que há para ser trabalhado dentro de ti para que o ser humano possa enxergá-la verdadeiramente?

— Olha moça perfeito mesmo só Deus, mas não é por nenhuma imperfeição minha que grande parte dos seres humanos não me vê como realmente sou.

— Verdade?

— Certamente.

— Então isto se dá assim por quê?

— Primeiramente por que cada um só dá do que tem para oferecer.

— Como assim? Do que você está falando?

— Dos sentimentos das pessoas que vivem a atacar a religião que servimos e a nós por meio do desconhecimento, despropósito e desrespeito.

— Verdade?

— Sim. Muitos dizem que somos mulher de sete maridos, que servimos para desfazer matrimônios, promover adultérios, induzir a prostituição, amarrar sexualmente uma pessoa a outra e muitas outras barbaridades que prefiro nem falar!

— Credo, mas isso é muito triste!!!

— Não moça, triste mesmo é ver centenas e centenas de pessoas que se dizem pertencentes à religião que servimos falarem, elas próprias, que fazemos tudo isto que a Lei Maior, a Justiça Divina, nosso estado consciencial e evolução espiritual não nos permitem realizar.

— Todos os conselhos, assertivas e apontamentos que ouvi de ti esta noite fazem com que eu tenha a plena convicção de que você não faz nada destes absurdos que lhe querem atribuir.

— Fico integralmente feliz e satisfeita moça!

— E eu poderia saber o por quê?

— Por você ser mais um espírito esclarecido e menos ignorante sobre nossas atribuições que são essencialmente estimuladoras não do ódio, da separação e da discórdia, mas da renovação de todo sentimento de amor virtuoso aos olhos do Divino Criador.

— Puxa, você me auxiliou tanto consciencialmente para que eu venha a sair da minha condição de invisibilidade que eu gostaria de poder fazer o mesmo por você! Teria como?

— Certamente.

— Verdade? E o que eu poderia fazer?

— Fale sempre o que você escutou sobre nós a toda pessoa que se mostrar aberta a nos conhecer como realmente somos.

— Por que você vem falando tanto em “nós”, se eu só estou vendo você!

— Você só vê a mim, mas saiba que represento uma coletividade!

— Mas eu poderia saber quem é você?

— Na religião que servimos, a Umbanda, não existe o “eu”, então eu só posso falar de nós: Nós somos uma parte da luz de Deus que ilumina as trevas, somos a sexualidade divinamente aplicada, somos mantenedoras do relacionamento sexual sadio e fraterno, nós somos amor, somos mulher, somos Pombas Giras.


Ciganos ;*


Ciganos na Umbanda - Por: Pombo Gira Cigana da Estrada

Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha de Exu, que os Ciganos são entidades ainda em evolução tentando ingressar na Linha de Exu, que Pombo Gira Cigana ou Ciganinha foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na Linha de Exu.
Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples dedução, faz com que muitos terreiros não deixem os médiuns trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem luz.
Vim tentar explicar um pouco como trabalha e como é a Linha de Ciganos.
Os Ciganos são Entidades "livres". Não se faz "firmezas" ou "assentamentos" para Ciganos dentro da "casa de Exu" ou em qualquer lugar do terreiro. Quem diz que tem seu Cigano "preso" no Terreiro não passa de um mentiroso, ele tem é obsessor "preso."
Onde já se viu firmar Cigano como Guardião?
Cigano trabalha em todos os "lugares", são livres para trabalhar e precisam dessa liberdade para sua evolução, pois é dando corda que se enforca uma pessoa. E assim também se faz com desencarnado.
Não estou dizendo que não possa ter elementos de Ciganos dentro do Terreiro, até porque muitos médiuns precisam de um ponto de fixação para poder entrar em sintonia com seus guias.
Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.
Os Ciganos se manifestam nos terreiros de Umbanda, justamente por Ela ser uma religião aberta e dar liberdade para qualquer linha de trabalho que venha fazer Caridade.
Por serem muito alegres, os médiuns começaram a se fascinar, e ter excesso de culto por essa Linha. Aí começaram as vaidades, as roupas enfeitadas, bebidas, fumos, danças, firmezas, assentamentos, jogos em casa ou até mesmo no terreiro, e assim, infelizmente, muitos espíritos que ainda estavam em "desenvolvimento" para ingressar nessa Linha se perderam junto com os médiuns, e hoje podemos ver os absurdos que são feitos usando o nome de entidades de luz.
O mundo está cheio de charlatão, o pior, é que as pessoas na hora do desespero pagam o que for necessário para saber como anda sua vida, como anda seu marido, como anda seu trabalho e coisas desse tipo.
Não se pode pagar pelas graças recebidas, pois tudo o que fazemos é apenas mexer com a fé e a determinação de cada um e mostrar que todos são capazes de conseguir o que querem, claro, dentro do merecimento de cada um.
Basta saber que um pedacinho de papel, metal ou outro elemento foi irradiado por uma entidade, que vocês usam isso como um talismã e lembram de agradecer e acabam entrando em sintonia com Espíritos de Luz, a assim lembram de suas metas e lutam por elas.
Os Ciganos trabalham com os quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.
O Elemento Terra
Eles distinguem cada pedra e têm o conhecimento sobre elas, e assim manipulam o elemento terra. Cada pedra tem um porque de ser usada e uma necessidade. Quando é pedido para que passem a pedra em alguma parte do seu corpo ou para que a segurem, vocês estão se descarregando ou até mesmo se energizando, depende do trabalho que está sendo realizado. É na terra que se encontra firmeza para enfrentar a vida, resgatar karma e continuar o caminhar.
O Elemento Água
Podem utilizar copos ou taças com água. Através da água conseguem ver se não há maldade no que esta sendo pedido. Enxergam se há pureza no coração de cada um, pois a água serve de espelho, espelho esse que reflete o que tem dentro de cada um de vocês.
Conseguem ver com clareza o que foi feito por cada um e o por que de estarem colhendo o que não querem colher.
Os Elementos Ar e Fogo
Podem utilizar o cigarro e com ele estar manipulando dois elementos, o ar e o fogo. O fogo muitas vezes é usado para queimar invejas, miasmas, larvas e cascões astrais.
A fumaça quando é direcionada ao consulente serve para envolvê-lo numa cortina para que naquele momento os obsessores sejam confundidos e tenham a visão obnubilada e fiquem desorientados, procurando o consulente. Assim torna-se mais fácil ao sistema de defesa da Casa (através dos guardiões) resgatá-los e afastá-los.
Nem sempre esses elementos são usados de uma só vez, e quero deixar bem claro que não precisamos diretamente dos mesmos, podemos plasmá-los perfeitamente usando o ectoplasma do médium.
Para um Cigano poder trabalhar em prol da caridade não é necessário um baralho, uma taça de vinho, ou qualquer outro elemento. Isso é mito. Eles podem usar e usam elementos da natureza em alguns trabalhos, entretanto, quando estão incorporados nos médiuns, a energia de trabalho e o próprio corpo do médium limitam a visão e o campo de ação da entidade.
Querem saber como trabalham e como são?
Muitas histórias são contadas, muitas histórias são ouvidas, mas nem tudo que é falado é verdade.
Vão para o terreiro, entrem em sintonia “com o plano espiritual”, limpem-se de suas próprias línguas e trabalhem em prol da caridade. Ajudem no que for preciso e busquem andar corretamente, quem sabe um dia vocês obtenham alguma resposta?
Lembrem sempre, que todas as entidades são iguais, trabalham juntas em um único objetivo, a Caridade.
Por que vocês encarnados querem ser melhores do que os outros, querem trabalhar sozinhos e levar vantagens com isso?
Existe uma palavrinha mágica que se chama humildade, e muitos de vocês estão esquecendo-se de abaixar a cabeça na hora e no momento certo e pedir perdão por ter se achado o dono da verdade.
Parem e pensem: a árvore para dar frutos e sombra precisa da água para germinar a terra, da terra para poder se fixar, ter um porto seguro e poder ter vida, do vento para espalhar suas sementes e assim formar uma mata, do calor do sol para o crescimento das sementes.
Agora vou mostrar como isso funciona dentro de um terreiro de Umbanda.
O médium precisa de um(a) dirigente espiritual para ajudá-lo a se desenvolver, do terreiro como um porto seguro para incorporar as entidades, de estar harmonizado com o alto para expandir a caridade, de estar equilibrado para doar energia e poder ajudar uma pessoa necessitada.
Estou falando de pessoas sérias e não de charlatães, então não sejam prepotentes, achando que sozinhos fazem Umbanda, pois por mais bem intencionados que estejam hoje, amanhã irão certamente transformarem-se em um, se deixarem-se envolver pela vaidade e prepotência de trabalharem sozinhos!
Entenderam porque não podem inventar altares, montar em suas casas, “mesinhas” para jogar baralhos, rúnas ou o que for, em nome do povo cigano? Se não, pergunto ainda:
Para onde vão as cargas, os miasmas, as larvas e cascões astrais retirados dos seus consulentes? Para o ralo do seu banheiro? Se as entidades não trabalham sozinhos, porque vocês insistem em trabalhar sozinhos? Querem ser “chefes de terreiro”? Vaidade, prepotência ou ignorância?
Não tenham excesso de culto por nenhuma entidade, isso prejudica vocês mesmos e a nós, gerando fascinação de ambos os lados, pois vocês ficam tão viciados por oferendas que só nos escutam se estiverem oferendando alguma coisa, aí para sermos escutados começamos a pedir oferendas. Assim ambos nos perdemos.
Tudo em excesso pode ser destruidor.
Se há amor em excesso, há ciúmes e possessão,
Se há ódio, há morte,
Se há fascinação, há vaidade,
Se há alegria em excesso, há inveja,
Se há tristeza em excesso, há depressão,
Se há culto em excesso, há fanatismo.
É preciso que tudo na vida esteja bem equilibrado, e o equilíbrio tem um nome que se chama Umbanda. Umbanda é a paz interior, é fazer caridade ao desconhecido, é o amor pela vida e pelo o próximo. Umbanda é luz, vida e amor.
Por: Pombo Gira Cigana da Estrada
Laroyê Pombo Gira!


Os sete ensinamentos ciganos
1- FELICIDADE - um campo aberto, um luar, um violão, uma fogueira, o canto do sabiá e a magia de uma cigana.

2- ORGULHO - é saber que nunca participamos de guerras e nunca armamos para matar nossos semelhantes. Somos os menestréis da paz.

3- AMOR - amar é vivermos em comunidade, é repartir o pão, nossas alegrias e até nossas aflições.

4- LEALDADE - é não abandonar nossos irmãos quando precisam. É nunca negar o ombro amigo, a mão forte e o incentivo à vida.

5- RIQUEZA - é termos o suficiente para seguirmos pela estrada da vida.

6- NOBREZA - é fazermos da humilhação um incentivo ao perdão.

7- HUMILDADE - é não importar-se em ser súdito ou nobre, importar-se apenas em saber servir


Descubra o ( a ) Cigano ( a ) dos seus caminhos


Toda pessoa tem um  Espírito Cigano que proteje o caminho da sua vida, este caminho
é representado por números que vão de 01 à 16, sendo que em cada caminho exitem 3 Ciganos.
Sabendo a data de nascimento e o seu decanato, podemos encontrar seu Cigano protetor.
(totalmente baseado no livro Como descobrir e cuidar dos ciganos dos caminhos)
Exemplo:
29 / 08 / 1962
2+9=11  / 0+8=8  /1+9+6+2=18
11+8+18= 37
3+7= 10
O seu caminho é o número 10 , seu decanato é o primeiro. Então esta pessoa
tem como protetor o Cigano Tarim.
Tabela dos Caminhos

Ref.
CAMINHO
DECANATO
NOME
Ref.
CAMINHO
DECANATO
NOME
C01
C1
PRIMEIRO
Cigana Zímbia Taram
C25
C9
PRIMEIRO
Cigano Kapistiani
C02
SEGUNDO
Cigano Ruan
C26
SEGUNDO
Cigana Íris
C03
TERCEIRO
Cigana Zingra
C27
TERCEIRO
Cigana Marroquina
C04
C2
PRIMEIRO
Cigano Pablo
C28
C10
PRIMEIRO
Cigano Tarim
C05
SEGUNDO
Cigana Sarita
C29
SEGUNDO
Cigana Lemiza
C06
TERCEIRO
Cigana Rosita
C30
TERCEIRO
Cigana Zoraide
C07
C3
PRIMEIRO
Cigana Wlavira
C31
C11
PRIMEIRO
Cigano Bóris
C08
SEGUNDO
Cigana Saiam
C32
SEGUNDO
Cigana Conchita
C09
TERCEIRO
Cigano Pedrovik
C33
TERCEIRO
Cigano Rochiel
C10
C4
PRIMEIRO
Cigano Tiago
C34
C12
PRIMEIRO
Cigano Killiaq
C11
SEGUNDO
Cigana Miroan
C35
SEGUNDO
Cigana Lilliaq
C12
TERCEIRO
Cigana Ariana
C36
TERCEIRO
Cigana Saramim
C13
C5
PRIMEIRO
Cigano Ferran
C37
C13
PRIMEIRO
Cigano Ramon
C14
SEGUNDO
Cigana Ilarin
C38
SEGUNDO
Cigana Raí
C15
TERCEIRO
Cigana Sulamita
C39
TERCEIRO
Cigana Zaina
C16
C6
PRIMEIRO
Cigano Wladimir
C40
C14
PRIMEIRO
Cigano Ramires
C17
SEGUNDO
Cigana Wlanasha
C41
SEGUNDO
Cigana Najara
C18
TERCEIRO
Cigana Wlarina
C42
TERCEIRO
Cigana Katiana Natasha
C19
C7
PRIMEIRO
Cigano Hiago
C43
C15
PRIMEIRO
Cigano Diego
C20
SEGUNDO
Cigana Samara
C44
SEGUNDO
Cigana Carmencita
C21
TERCEIRO
Cigana Zanair
C45
TERCEIRO
Cigana Zaira
C22
C8
PRIMEIRO
Cigano Artemio
C46
C16
PRIMEIRO
Cigano Wlais
C23
SEGUNDO
Cigana Samila
C47
SEGUNDO
Cigana Yasmim
C24
TERCEIRO
Cigana Carmelita
C48
TERCEIRO
Cigana Zaida
Decanato

Áries
PRIMEIRO DECANATO
21/3 a 31/3
Libra
PRIMEIRO DECANATO
21/9 a 30/9
SEGUNDO DECANATO
1/4 a 10/4
SEGUNDO DECANATO
1/10 a 10/10
TERCEIRO DECANATO
11/4 a 20/4
TERCEIRO DECANATO
11/10 a 20/10
Touro
PRIMEIRO DECANATO
21/4 2 30/4
Escorpião
PRIMEIRO DECANATO
21/10 a 31/10
SEGUNDO DECANATO
1/5 a 10/5
SEGUNDO DECANATO
1/11 a 10/11
TERCEIRO DECANATO
11/5 a 20/5
TERCEIRO DECANATO
11/11 a 20/11
Gêmeos
PRIMEIRO DECANATO
21/5 a 31/5
Sagitário
PRIMEIRO DECANATO
21/11 a 30/11
SEGUNDO DECANATO
1/6 a 10/6
SEGUNDO DECANATO
1/12 a 10/12
TERCEIRO DECANATO
11/6 a 20/6
TERCEIRO DECANATO
11/12 a 20/12
Câncer
PRIMEIRO DECANATO
21/6 a 30/6
Capricórnio
PRIMEIRO DECANATO
21/12 a 31/12
SEGUNDO DECANATO
1/7 a 10/7
SEGUNDO DECANATO
1/1 a 10/1
TERCEIRO DECANATO
11/7 a 20/7
TERCEIRO DECANATO
11/1 a 20/1
Leão
PRIMEIRO DECANATO
21/07 a 31/07
Aquário
PRIMEIRO DECANATO
21/1 a 31/1
SEGUNDO DECANATO
1/8 a 10/8
SEGUNDO DECANATO
1/2 a 10/2
TERCEIRO DECANATO
11/8 a 20/8
TERCEIRO DECANATO
11/2 a 20/2
Virgem
PRIMEIRO DECANATO
21/8 a 31/8
Peixes
PRIMEIRO DECANATO
21/2 a 28/2
SEGUNDO DECANATO
1/9 a 10/9
SEGUNDO DECANATO
1/3 a 10/3
TERCEIRO DECANATO
11/9 a 20/9
TERCEIRO DECANATO
11/3 a 20/3


Xangô ;*

SALVE XANGÔ!



Acostumamo-nos a definir Xangô como o Orixá da Justiça. Este conceito sempre nos pareceu bastante limitado, pois se ateria basicamente à resolução das injustiças.
Encontramos outra definição: “XANGÔ É O SER EXISTENTE que coordena toda a Lei Karmânica; é ainda, o Dirigente das Almas, o Senhor da Balança Universal, que afere nosso estado espiritual.” Tal definição nos trouxe também estranhamento, pois não vemos Xangô como Ser, mas como uma das Forças do contexto cósmico. Aceitamos que ele tem relação com a Lei cármica, embora se considere que o carma é colhido pelo que semeamos e pode ser compensado, através de atos regenerativos, mas não suprimido, mesmo por ordens superiores. Cada um tem que responder pelo que semeou.
Quanto ao epíteto de Dirigente das Almas, devemos nos aprofundar mais, pois pelo que se sabe, o Reino das Almas pertence ao Sr. Omulu e por outro lado aprende-se que Xangô tem aversão à morte, embora ligado à Iansã, que tem forte ligação com mesma.
É necessário um estudo mais aprofundado sobre estas observações. Afirmam alguns que o filho de Xangô não suporta a aproximação de eguns. Como poderia então um, filho de Xangô trabalhar num terreiro, se mesmo suas mais evoluídas entidades são, na verdade eguns? Sendo uma forma de evolução o médium trabalhar para a caridade, e nisto reside muitas vezes participar junto à Espiritualidade Superior, de trabalhos de desobssessão, seria um entrave ao desenvolvimento mediúnico de um filho de Xangô. Temos então de nos aprofundar nos estudos para compreender mais estas argumentações, para podermos discutir baseados em fundamentos.
Foi observado que a interação entre Omulu e Xangô é uma realidade, ao contrário do que se pensa, se considerarmos as qualidades de Xangô Abomi e Xangô Aganju, que são representantes de Xangô na Linha das Almas. DE autor desconhecido, tiramos um parágrafo que nos pareceu muito coerente sob este aspecto: “Alguns médiuns têm em sua coroa a vibração de mais de um Orixá e podem ter fortemente Xangô (Pai de cabeça), porém traços de Omulu. Dessa forma, pode, por exemplo, ter seu Caboclo vibrando na linha de Xangô e seu Preto Velho na linha de Omulu.”
Enquanto meditamos, vamos refletir sobre o conhecido ponto abaixo:

“Ele é Xangô das Almas
ele é feito nas Almas
Ele é Xangô das Almas
ele é feito nas AlmasOh Almas, oh minhas almas
seu Agodô que venha nos valer
Oh Almas, oh minhas almas
seu Agodô que venha nos valer’
E quanto a ser Senhor da Balança Universal que afere nosso estado espiritual, pesquisando mais um pouco, podemos observar que o anjo São Miguel, conhecido por ser o portador da balança, é conhecido como o arcanjo tutor de Xangô. São Miguel Arcanjo se eternizou na epopéia onde enfrenta Lúcifer, que narra a queda dos espíritos do reino virginal (mas isto é uma outra história…)
Já Pai Rubens Saraceni mostra uma visão muito interessante. Pois ele coloca Xangô como aquele que administra o equilíbrio cósmico. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo, como é a força que dá estabilidade ao Universo e a tudo o que nele existe, seja animado ou inanimado. Ele possui e doa uma qualidade equilibradora, que faculta ao homem equilíbrio, juízo, racionalidade.
Explica-nos ainda o Pai Rubens: “Observem que o equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos. Xangô é o Trono de Deus gerador e irradiador do fator equilibrador, mas o limitamos quando deixamos de recorrer a ele para ajudar-nos em todos os aspectos e só o fazemos para anular demanda ou impor a Justiça Divina na vida dos seres desequilibrados.”
No entanto, o aspecto da Justiça não deve ser nunca esquecido, lembrando que tudo tem seu polo positivo e seu polo negativo. É sobre esta linha de força espiritual que se agrupam todos os espíritos que coordenam a lei de causa e efeito, decorrente da lei cármica como alicerce do mundo, e se manifestam na forma de caboclos, pretos velhos, boiadeiros, entre outros. O polo negativo do cumprimento da justiça de Xangô pertence ao legado dos Exus e Pomba Giras de Lei.
Na linha da Justiça, Xangô tem conexão com Iansã. lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos. lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.
Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência.
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Xangô:
• Caboclo Xangô Pedra-Branca (intermediário para Oxalá)
• Caboclo Xangô Agodô (intermediário para Oxossi)
• Caboclo Xangô Sete Montanhas (intermediário para Ogum)
• Caboclo Xangô Sete Cachoeiras (intermediário para Yori)
• Caboclo Xangô Pedra-Preta (intermediário para Yorimá)
• Caboclo Xangô Sete Pedreiras (intermediário para Yemanjá)

Na Umbanda Carismática há outros atributos ramificados de Xangô:


XANGÔ KAÔ – É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como Xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.
XANGÔ ALAFIM – ECHÊ – Esta legião trabalha nas pedras solitárias dos caminhos ou das matas que servem de assento a viajantes ou caçadores cansados, como que os convidando à meditação que leva à sabedoria na busca de soluções para os impasses da vida. Suas vibrações auxiliam oradores, intelectuais, juristas e juízes, pois defendem integralmente a pureza moral. Suas oferendas são realizadas nas pedras solitárias.
XANGÔ ALUFAM – Esta legião trabalha nas pedras dos rios, dos mares, cachoeiras, lagos e fontes. Xangô Alufam é considerado o protetor dos pescadores e responsável pela diretriz dos desencarnados, pois possuem as chaves do céu, simbolizando a água e a pedra. Suas oferendas são realizadas em todas as pedras que estejam em contato com a água.
XANGÔ AGODÔ – Legião dos caboclos que trabalham nas pedras e que estão dentro dos rios, nos seixos rolados, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Suas oferendas são realizadas nas pedras dos rios.
XANGÔ AGANJÚ – Esta legião trabalha na pedra da cachoeira, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça. Ou entre a esposa Oxum e o marido Xangô, ou ainda a harmonia conjugal, que abençoa a família. Suas oferendas são realizadas na pedra da cachoeira, incluindo uma vela azul escuro ou rosa para Oxum.
XANGÔ ABOMI – É a legião de caboclos que trabalham nas montanhas de pedra ou cadeias de montanhas interligadas, serras, etc. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição, quando se perde algo, além de proteger o casamento. Quando se pede a proteção para o casamento, assenta-se uma vela azul claro oferecida a Yemanjá.
XANGO DJACUTÁ – É a legião mais conhecida como a do Deus Trovão e Senhor dos Raios, Coriscos e Meteoritos. Djacutá também significa pedra. É o comandante dos caboclos que trabalham na pedra do raio, simbolizando a justiça que vem do alto, ou seja, a justiça cósmica que vem do Deus Criador. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição causadas por injustiças provocadas por outras pessoas, assentando-se uma vela branca oferecida ao Orixá Tempo
E os caboclos de Xangô são entidades que trabalham nas numerosas falanges, algumas delas representadas pelos nomes abaixo:

Araúna, Caboclo do Sol, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Girassol, Goitacaz, Guará, Guaraná, Janguar, Juparã, Mirim, Sete Cachoeiras, Sete Caminhos, Sete Estrelas, Sete Luas, Sete Montanhas, Sete Pedreiras, Tupi, Treme Terra, Sultão das Matas, Pedra Preta, Cachoeirinha, Urubatão, Urubatão da Guia, Ubiratan, etc.

Encontramos no blog do Templo Umbandista Estrela Dourada as seguintes informações:
SÃO AS SEGUINTES AS FALANGES DE XANGÔ:
1. Falange de Iansã – chefiada por Santa Bárbara
2. Falange do Caboclo do Sol e da Lua – chefiada pela mesma entidade
3. Falange do Caboclo dos Ventos – chefiada pela mesma entidade
4. Falange do Caboclo das Cachoeiras – chefiada pela mesma entidade
5. Falange do Caboclo Treme-Terra – chefiada pela mesma entidade
6. Falange do Caboclo da Pedra Branca – chefiada pela mesma entidade
7. Falange dos Pretos Velhos – chefiada por Quenguelê.
SÃO AS SEGUINTES AS LEGIÕES DE XANGÔ:
1.Legião do Caboclo Ventania
2.Legião do Caboclo das Cachoeiras
3.Legião do Caboclo 7 Montanhas
4.Legião do Caboclo Pedra Branca
5.Legião do Caboclo Cobra Coral
6. Povo de Quenguelê
Os Caboclos de Xangô se entrosam no Corpo Astral de maneira semibrusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico.
Emitem não um urro histérico alucinado que traduzem como “KA-Ô”, acentuando as sílabas, e sim uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar… Não gostam de falar muito.
Seus pontos cantados são sérias invocações, de imagens fortes e podem ser cantados em vozes baixas.
Seus pontos de pemba ou sinais riscados fixam o mistério da Flecha, Chave e da Raiz.
No norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
OS FILHOS DE XANGÔ
Xangô, o Deus da Justiça, Senhor das pedreiras, exerce uma influência muito forte em seu filho. Todos os Orixás,
evidentemente, são justos, e transmitem este sentimento aos seus filhos. Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.
O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar. É tímido no contato, mas assume facilmente o poder do mando.

                                

É eterno conselheiro, e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.
Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Há forte ligação de Xangô e as pedras, as pedreiras, o raio e o trovão.
O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.
As pedras de Xangô:
Abaixo um estudo feito sobre as pedras que JASPE VERMELHA – Não é pedra ou vegetal, é um esqueleto remanescente de organismo marinho. Silencia as emoções, alivia as preocupações. O seu uso eleva as vibrações para melhor sintonia com a natureza e as forças criativas. Boa para qualquer problema ósseo, revigora coração e concentração. Energia: receptiva. Planeta: Vênus. Elemento: água, éter. Objetivo: cura, paz, sabedoria, sintonia com a natureza. Chacras: esplênico.
CORNALINA – Acalma a raiva, o ciúme, a inveja, o ódio e a depressão. Promove paz e harmonia. Boa para ser usada por pessoas que são envergonhadas e tímidas. Abre o chacra cardíaco. Energia: projetiva. Planeta: Sol. Signo: Leão. Elemento: fogo. Objetivo: proteção, coragem e paz. Chacras: esplênico, plexo solar.
CITRINO – É uma forma de quartzo. Boa para desintoxicar o intestino. Amplia o pensamento, pode ser usada na meditação para rejuvenescer o físico e eliminar formas tóxicas de pensamento. Tendências auto destrutivas como suicídio são substituídas por autoconfiança. Aumenta o contato com o seu Eu Superior e o alinhamento entre todos os corpos energéticos. Energia: projetiva. Planeta: Sol. Elemento: fogo. Objetivo: cura, comunicação, consciência psíquica. Chacras: esplênico, coronário.
ÁGATA DE FOGO – Cura principal: influência todo sistema endócrino. Estimula as células da memória. Racionaliza e conduz à harmonia. Energia: projetiva. Elemento: fogo.
OLHO DE TIGRE – Atrai pessoas solidárias e bens materiais. Centraliza energias e focaliza à mente e dá sorte.
CALCITA LARANJA – calcita laranja apresenta-se, usualmente, em cristais, ou em agregados de grânulos grossos ou finos. Trata-se de um carbono de cálcio. JASPE VERMELHA É um mineral comum e bastante disseminado na crosta da terra. Ocorre como massas rochosas sedimentares denominadas calcários sendo às vezes o único mineral presente nestas rochas. Seu nome provém da palavra latina Calx, significando cal queimada e sua cor laranja deve-se a inclusões de óxido de ferro.É a pedra da virilidade e correspondente ao segundo chakra.
A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo, lodosa, pois que seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso n’água, acrescentando sempre, não trocar a água.

EDUN ARÁ, A PEDRA-DO-RAIO

As pedras-do-raio – edun ará dos iorubanos – são fetiches de Xangô, imantados com a força da divindade.
Acredita-se que essa pedra-do-raio, também chamada pedra-de-santa-bárbara, cai do céu durante as tempestades, conduzida pelas faíscas elétricas, penetrando no chão a uma profundidade de sete braças e só subindo à superfície após sete anos.
Quem consegue encontrar uma dessas pedras terá em mãos talismã dos mais valiosos, que proporciona todas as venturas.
As pedras-do-raio são, na realidade, achados arqueológicos da era neolítica – machados, martelos e fragmentos de artefatos de pedra polida, aos quais se atribuía uma origem meteorológica.
Divindade dos meteoritos, na litolatria de Xangô, observou Nina Rodrigues, “se confundem os casos de adoração dos penhascos e grandes pedras dos campos e estradas”.
CARACTERÍSTICAS RELACIONADAS A XANGÔ
Cor Marrom e Amarelo para Xangô Puro e Amarelo e Lilás para Xangô do Oriente
Fio de Contas Marrons e Amarelas para Xangô Puro e Amarelas e Lilases para Xangô do Oriente
Ervas Saião, Morangueiro, Musgo da Pedreira, Quebra Pedra, Elevante,  Para raio, Saião
Símbolo Machado de duas Laminas, o Oxé
Pontos da Natureza Pedreira
Flores Palmas Amarelas e Lilases, Monsenhor Amarelo, Monsenhor Lilás, Violetas Lilases e Saudades
Essências Melão e Lilás Para Xangô do Oriente, Morango Para Xangô Puro
Pedras Ametista Para Xangô do Oriente e Olho de Tigre Para Xangô Puro
Metal Estanho e Molibdênio
Saúde Fígado e vesícula
Planeta Júpiter
Dia da Semana Quarta-Feira
Elemento Fogo
Saudação Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida Cerveja Preta
Animais Tartaruga, Carneiro
Comidas Agebô,  Amalá
Data Comemorativa 30 de Setembro
Sincretismo: São Judas Tadeu, São Jerônimo.


Fonte: Curso de Umbanda – As Sete Linhas- Sociedade Espiritualista Mata Verde

Os machados de duplo corte, que significam a alma em busca de equilíbrio são também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá;
A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Salomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o homem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal. Na representação dos pontos riscados, são usados três tipos de machados, como a seguir:
                                             

Oferendas para Xangô: velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrósia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.
Xangô é sincretizado com as imagens de São Francisco de Assis, São Jerônimo, São João Batista e São Pedro.
Na Umbanda chamada de cruzada e no Candomblé, cultua-se Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas. Não come azeite, pois tem pacto com Oxalá. Identificado com São Pedro, forma cada vez mais rara nos candomblés.
Xangô de Ouro, um adolescente vestido de cores variadas, é São João Menino. Não “desce” mais, porque deixaram de ser encontradas as ervas necessárias, nos ritos de iniciação, para a “entrada na cabeça” desse orixá. Um Xangô banido pela destruição ecológica.
Xangô Ogodô dança com um ochê em cada mão e o próprio nome é referência ao machado duplo, pois ogodô significa “que corta dos dois lados”.
Em Recife cultuam dois Xangôs principais: Xangô-Velho, identificado com São Jerônimo, cuja festa é a 30 de setembro, e Xangô-Moço (Ani-Xangô), sincretizado com Saõ João e celebrado a 24 de junho. Dos seus símbolos e insígnias, o machado duplo ou “muleta” e o pilão são conservados no peji, de onde podem sair em determinados rituais. Jamais é retirado, no entanto, o”corisco” ou itá ou otá (pedra-do-raio), que permanece guardado num alguidar (oberá). Xangô é tão popular em Pernambuco, que o nome passou a designar terreiros e, ainda mais extensamente, todas as seitas afro-brasileiras.
Entre as várias formas de Xangô citam Xangô Dadá, em Porto Alegre identificado com São João Batista e que no seu dia, 24 de junho, não “baixa” porque, com a queima de fogos que o festejam, ele iria incendiar o mundo.
Cozinha ritualística

Caruru

Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer. Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto.
Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Agebô

Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada

Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.
Xangô divide com Iansã a Machada da Justiça. Vejam o ponto:
Raio da manhã, vai e clareia.
Quando o sol levanta para clarear,
seus raios refletem a coroa de Oyá.
E rasgando o céu, trovão serpenteia,
Pra saudar o rei de todas as pedreiras.
Pra saudar o rei de todas as pedreiras.
Eparrei Iansã, Eparrei Oyá,
Caô cabecilê caô Xangô
Força da machada faz o julgamento
Corta a injustica com seu barra vento
Xangô manda na razão, Iansã nos sentimentos.
Xangô manda na razão, Iansã nos sentimentos.
Eparrei Yansã, Eparrei Oyá,
Caô cabecilê caô Xangô.
Guardião da paz, Xangô justiceiro.
Explendo de luz, Iansã guerreira.
É Xangô que traz as pedras, Iansã as corredeiras.
É Xangô que traz as pedras, Iansã as corredeiras.

São João Batista na Umbanda é Xangô



Na umbanda, em muitas casas, São João Batista vem na força de Xangô. 

João era valoroso pregador, amigo da justiça e da verdade. 

Operário, é ele o símbolo rude da verdade. 

Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer com Jesus, o santuário de sua realização. 

Chamado o Batista porque, por ele, o povo era batizado no rio Jordão, confessando os seus pecados.

João Batista e Jesus Nazareno eram primos em segundo grau, porque Maria e Isabel, mães de Jesus e João, eram primas. 

Diz-se que Jesus e João eram muito amigos e sempre andavam juntos, com pouca diferença de idade (João era mais velho).

João é o precursor, ou seja, o preparador do caminho para Jesus. 

Aquele que O batizou nas águas do rio Jordão. De extrema força interior, representa Xangô na parte da justiça, da verdade e da disciplina na luta contra as baixas emoções. 

Na imagem de Xangô com o leão, o leão significa todas as nossas paixões contidas, domadas. 

“São joão batista é xangô
ele é dono o meu destino até o fim 
se um dia minhafaltar a fé 
oh meu senhor 
que role essas pedreiras sobre mim”


Também vemos São João Batista, na força de Xangô, como protetor do povo boiadeiro. 

Isso porque João era considerado “a voz que clama no deserto”. 

Aquele que ia na frente, abrindo os caminhos pra Jesus. 

Vestia-se de peles de animais e alimentava-se de mel silvestre e frutas. 

Usando um cinto largo a volta da cintura e o seu cajado de pastor de ovelhas.

Pregava pelo caminho e batizava a todos que pedissem. 

Por vir na frente, batizando, lidava com as forças brutas, sem lapidação.



                                       

Lenda de Xangô

Xangô era rei de Oió, o mais temido e respeitado de todos os reis. Mesmo assim, um dia seu

reino foi atacado por uma grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade

violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores numa tremenda fúria

assassina. Xangô reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que

a guerra tornara-se um caminho sem volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída

seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então procurar por Orunmilá e pedir-lhe um

conselho para evitar a derrota quase certa. O adivinho mandou que ele subisse uma pedreira

e lá aguardasse, pois receberia do céu a iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e

quando estava no ponto mais alto do terreno foi tomado de extrema fúria. Pegando seu oxê,

machado de duas lâminas, começou a quebrar as pedras com grande violência. Estas ao

serem quebradas, lançavam raios tão fortes que em instantes transformaram-se em enormes

línguas de fogo que, espalhando-se pela cidade, mataram uma grande quantidade de

guerreiros inimigos. Os que restaram, apavorados, procuraram os soldados de Xangô e

renderam-se imediatamente pedindo clemência. Levados até ao rei, os presos elegeram um

emissário para servir-lhes de porta voz. O homem escolhido foi logo se atirando aos pés de

Xangô. Desculpou-se pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que lutavam, não por vontade

própria, e sim forçados por um monarca, vizinho de Oió, que tinha um grande ódio de Xangô e

os martirizava impiedosamente. Xangô, altamente perspicaz, enxergou nos olhos do guerreiro

que ele falava a verdade e perdoou a todos, aceitando-os como súditos de seu reino. Assim

tornou-se conhecido como o orixá justiceiro que perdoa quando defrontado com a verdade,

mas que queima com seus raios os mentirosos e delinqüentes.

 A Justiça de Xangô

Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. 

Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.


- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!

E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir deXangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.

XANGÔ

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.
Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.
No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
 Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.


Características
Cor
Marrom (branco e vermelho)
Fio de Contas
Marrom leitosa
Ervas Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)
Símbolo
Machado
Pontos da Natureza
Pedreira
Flores
Cravos Vermelhos e brancos
Essências
Cravo (flor)
Pedras
Meteorito, pirita, jaspe.
Metal
estanho
Saúde
fígado e vesícula
Planeta
Júpiter
Dia da Semana
Quarta-Feira
Elemento
Fogo
Chacra
cardíaco
Saudação
Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida
Cerveja Preta
Animais
Tartaruga, Carneiro
Comidas
Agebô, Amalá
Numero
12
Data Comemorativa
30 de Setembro
Sincretismo:
São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.
Incompatibilidades:
Caranguejo, Doenças
Qualidades:
Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile, Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim






 Atribuições

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo



As Características Dos Filhos De Xangô

Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.
Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;
A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas - tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.


Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida.
São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.
Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião.
Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.
Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.
Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.


Cozinha ritualística

Caruru
Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer.  Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto. Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Ajebô
Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada
Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.


Lendas de Xangô


A Justiça de Xangô
Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.
- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!
E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.



A Lenda da Riqueza de Obará
Eram dezesseis irmãos, Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odí, Edjioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Edjilaxebora, Ogilaban, Iká, Obetagunda, Alafia e Obará. Entre todos Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.
Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas, e prontamente o babalaô perguntou: Onde está o irmão mais pobre? Os outros irmão disseram-lhe que avia se adoentado e não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas de coração e após a consulta foram todos a caminho de casa. Enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô, Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras? .
A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto, resolveram então passar a noite lá. Chegando a casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos, Obará pediu a esposa que preparasse comida e bebida a todos, e acabaram com tudo o que havia para comer na casa. O dia raiando os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presente, pois se negavam a come-las.
Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo. Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.
Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por tempos de miséria, e foram ao Babalaô para tentar resolver a situação, ao chegar lá escutaram a multidão saldando um príncipe em seu cavalo branco e muitos servos em sua comitiva entrando na cidade, quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível e ele respondeu: Lembram-se das abóboras que vos dei, dentro haviam riquezas em pedras e ouro mas a vaidade e orgulho não vos deixaram ver e hoje quem era o mais pobre tornou-se o mais rico.
Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem as Abóboras e Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas e disse: Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão. E quando o babalaô em visita ao palácio de Obará lhe disse: Enquanto não revelares o que tens, tu sempre terás. E foi assim que se explica o motivo que quem carrega este Odú não pode revelar o que tem pois corre o risco de perder tudo, como os irmãos de Obará.