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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Xangô ;*

SALVE XANGÔ!



Acostumamo-nos a definir Xangô como o Orixá da Justiça. Este conceito sempre nos pareceu bastante limitado, pois se ateria basicamente à resolução das injustiças.
Encontramos outra definição: “XANGÔ É O SER EXISTENTE que coordena toda a Lei Karmânica; é ainda, o Dirigente das Almas, o Senhor da Balança Universal, que afere nosso estado espiritual.” Tal definição nos trouxe também estranhamento, pois não vemos Xangô como Ser, mas como uma das Forças do contexto cósmico. Aceitamos que ele tem relação com a Lei cármica, embora se considere que o carma é colhido pelo que semeamos e pode ser compensado, através de atos regenerativos, mas não suprimido, mesmo por ordens superiores. Cada um tem que responder pelo que semeou.
Quanto ao epíteto de Dirigente das Almas, devemos nos aprofundar mais, pois pelo que se sabe, o Reino das Almas pertence ao Sr. Omulu e por outro lado aprende-se que Xangô tem aversão à morte, embora ligado à Iansã, que tem forte ligação com mesma.
É necessário um estudo mais aprofundado sobre estas observações. Afirmam alguns que o filho de Xangô não suporta a aproximação de eguns. Como poderia então um, filho de Xangô trabalhar num terreiro, se mesmo suas mais evoluídas entidades são, na verdade eguns? Sendo uma forma de evolução o médium trabalhar para a caridade, e nisto reside muitas vezes participar junto à Espiritualidade Superior, de trabalhos de desobssessão, seria um entrave ao desenvolvimento mediúnico de um filho de Xangô. Temos então de nos aprofundar nos estudos para compreender mais estas argumentações, para podermos discutir baseados em fundamentos.
Foi observado que a interação entre Omulu e Xangô é uma realidade, ao contrário do que se pensa, se considerarmos as qualidades de Xangô Abomi e Xangô Aganju, que são representantes de Xangô na Linha das Almas. DE autor desconhecido, tiramos um parágrafo que nos pareceu muito coerente sob este aspecto: “Alguns médiuns têm em sua coroa a vibração de mais de um Orixá e podem ter fortemente Xangô (Pai de cabeça), porém traços de Omulu. Dessa forma, pode, por exemplo, ter seu Caboclo vibrando na linha de Xangô e seu Preto Velho na linha de Omulu.”
Enquanto meditamos, vamos refletir sobre o conhecido ponto abaixo:

“Ele é Xangô das Almas
ele é feito nas Almas
Ele é Xangô das Almas
ele é feito nas AlmasOh Almas, oh minhas almas
seu Agodô que venha nos valer
Oh Almas, oh minhas almas
seu Agodô que venha nos valer’
E quanto a ser Senhor da Balança Universal que afere nosso estado espiritual, pesquisando mais um pouco, podemos observar que o anjo São Miguel, conhecido por ser o portador da balança, é conhecido como o arcanjo tutor de Xangô. São Miguel Arcanjo se eternizou na epopéia onde enfrenta Lúcifer, que narra a queda dos espíritos do reino virginal (mas isto é uma outra história…)
Já Pai Rubens Saraceni mostra uma visão muito interessante. Pois ele coloca Xangô como aquele que administra o equilíbrio cósmico. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo, como é a força que dá estabilidade ao Universo e a tudo o que nele existe, seja animado ou inanimado. Ele possui e doa uma qualidade equilibradora, que faculta ao homem equilíbrio, juízo, racionalidade.
Explica-nos ainda o Pai Rubens: “Observem que o equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos. Xangô é o Trono de Deus gerador e irradiador do fator equilibrador, mas o limitamos quando deixamos de recorrer a ele para ajudar-nos em todos os aspectos e só o fazemos para anular demanda ou impor a Justiça Divina na vida dos seres desequilibrados.”
No entanto, o aspecto da Justiça não deve ser nunca esquecido, lembrando que tudo tem seu polo positivo e seu polo negativo. É sobre esta linha de força espiritual que se agrupam todos os espíritos que coordenam a lei de causa e efeito, decorrente da lei cármica como alicerce do mundo, e se manifestam na forma de caboclos, pretos velhos, boiadeiros, entre outros. O polo negativo do cumprimento da justiça de Xangô pertence ao legado dos Exus e Pomba Giras de Lei.
Na linha da Justiça, Xangô tem conexão com Iansã. lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos. lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.
Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência.
Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Xangô:
• Caboclo Xangô Pedra-Branca (intermediário para Oxalá)
• Caboclo Xangô Agodô (intermediário para Oxossi)
• Caboclo Xangô Sete Montanhas (intermediário para Ogum)
• Caboclo Xangô Sete Cachoeiras (intermediário para Yori)
• Caboclo Xangô Pedra-Preta (intermediário para Yorimá)
• Caboclo Xangô Sete Pedreiras (intermediário para Yemanjá)

Na Umbanda Carismática há outros atributos ramificados de Xangô:


XANGÔ KAÔ – É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como Xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.
XANGÔ ALAFIM – ECHÊ – Esta legião trabalha nas pedras solitárias dos caminhos ou das matas que servem de assento a viajantes ou caçadores cansados, como que os convidando à meditação que leva à sabedoria na busca de soluções para os impasses da vida. Suas vibrações auxiliam oradores, intelectuais, juristas e juízes, pois defendem integralmente a pureza moral. Suas oferendas são realizadas nas pedras solitárias.
XANGÔ ALUFAM – Esta legião trabalha nas pedras dos rios, dos mares, cachoeiras, lagos e fontes. Xangô Alufam é considerado o protetor dos pescadores e responsável pela diretriz dos desencarnados, pois possuem as chaves do céu, simbolizando a água e a pedra. Suas oferendas são realizadas em todas as pedras que estejam em contato com a água.
XANGÔ AGODÔ – Legião dos caboclos que trabalham nas pedras e que estão dentro dos rios, nos seixos rolados, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Suas oferendas são realizadas nas pedras dos rios.
XANGÔ AGANJÚ – Esta legião trabalha na pedra da cachoeira, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça. Ou entre a esposa Oxum e o marido Xangô, ou ainda a harmonia conjugal, que abençoa a família. Suas oferendas são realizadas na pedra da cachoeira, incluindo uma vela azul escuro ou rosa para Oxum.
XANGÔ ABOMI – É a legião de caboclos que trabalham nas montanhas de pedra ou cadeias de montanhas interligadas, serras, etc. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição, quando se perde algo, além de proteger o casamento. Quando se pede a proteção para o casamento, assenta-se uma vela azul claro oferecida a Yemanjá.
XANGO DJACUTÁ – É a legião mais conhecida como a do Deus Trovão e Senhor dos Raios, Coriscos e Meteoritos. Djacutá também significa pedra. É o comandante dos caboclos que trabalham na pedra do raio, simbolizando a justiça que vem do alto, ou seja, a justiça cósmica que vem do Deus Criador. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição causadas por injustiças provocadas por outras pessoas, assentando-se uma vela branca oferecida ao Orixá Tempo
E os caboclos de Xangô são entidades que trabalham nas numerosas falanges, algumas delas representadas pelos nomes abaixo:

Araúna, Caboclo do Sol, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Girassol, Goitacaz, Guará, Guaraná, Janguar, Juparã, Mirim, Sete Cachoeiras, Sete Caminhos, Sete Estrelas, Sete Luas, Sete Montanhas, Sete Pedreiras, Tupi, Treme Terra, Sultão das Matas, Pedra Preta, Cachoeirinha, Urubatão, Urubatão da Guia, Ubiratan, etc.

Encontramos no blog do Templo Umbandista Estrela Dourada as seguintes informações:
SÃO AS SEGUINTES AS FALANGES DE XANGÔ:
1. Falange de Iansã – chefiada por Santa Bárbara
2. Falange do Caboclo do Sol e da Lua – chefiada pela mesma entidade
3. Falange do Caboclo dos Ventos – chefiada pela mesma entidade
4. Falange do Caboclo das Cachoeiras – chefiada pela mesma entidade
5. Falange do Caboclo Treme-Terra – chefiada pela mesma entidade
6. Falange do Caboclo da Pedra Branca – chefiada pela mesma entidade
7. Falange dos Pretos Velhos – chefiada por Quenguelê.
SÃO AS SEGUINTES AS LEGIÕES DE XANGÔ:
1.Legião do Caboclo Ventania
2.Legião do Caboclo das Cachoeiras
3.Legião do Caboclo 7 Montanhas
4.Legião do Caboclo Pedra Branca
5.Legião do Caboclo Cobra Coral
6. Povo de Quenguelê
Os Caboclos de Xangô se entrosam no Corpo Astral de maneira semibrusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico.
Emitem não um urro histérico alucinado que traduzem como “KA-Ô”, acentuando as sílabas, e sim uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar… Não gostam de falar muito.
Seus pontos cantados são sérias invocações, de imagens fortes e podem ser cantados em vozes baixas.
Seus pontos de pemba ou sinais riscados fixam o mistério da Flecha, Chave e da Raiz.
No norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
OS FILHOS DE XANGÔ
Xangô, o Deus da Justiça, Senhor das pedreiras, exerce uma influência muito forte em seu filho. Todos os Orixás,
evidentemente, são justos, e transmitem este sentimento aos seus filhos. Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.
O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar. É tímido no contato, mas assume facilmente o poder do mando.

                                

É eterno conselheiro, e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.
Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Há forte ligação de Xangô e as pedras, as pedreiras, o raio e o trovão.
O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.
As pedras de Xangô:
Abaixo um estudo feito sobre as pedras que JASPE VERMELHA – Não é pedra ou vegetal, é um esqueleto remanescente de organismo marinho. Silencia as emoções, alivia as preocupações. O seu uso eleva as vibrações para melhor sintonia com a natureza e as forças criativas. Boa para qualquer problema ósseo, revigora coração e concentração. Energia: receptiva. Planeta: Vênus. Elemento: água, éter. Objetivo: cura, paz, sabedoria, sintonia com a natureza. Chacras: esplênico.
CORNALINA – Acalma a raiva, o ciúme, a inveja, o ódio e a depressão. Promove paz e harmonia. Boa para ser usada por pessoas que são envergonhadas e tímidas. Abre o chacra cardíaco. Energia: projetiva. Planeta: Sol. Signo: Leão. Elemento: fogo. Objetivo: proteção, coragem e paz. Chacras: esplênico, plexo solar.
CITRINO – É uma forma de quartzo. Boa para desintoxicar o intestino. Amplia o pensamento, pode ser usada na meditação para rejuvenescer o físico e eliminar formas tóxicas de pensamento. Tendências auto destrutivas como suicídio são substituídas por autoconfiança. Aumenta o contato com o seu Eu Superior e o alinhamento entre todos os corpos energéticos. Energia: projetiva. Planeta: Sol. Elemento: fogo. Objetivo: cura, comunicação, consciência psíquica. Chacras: esplênico, coronário.
ÁGATA DE FOGO – Cura principal: influência todo sistema endócrino. Estimula as células da memória. Racionaliza e conduz à harmonia. Energia: projetiva. Elemento: fogo.
OLHO DE TIGRE – Atrai pessoas solidárias e bens materiais. Centraliza energias e focaliza à mente e dá sorte.
CALCITA LARANJA – calcita laranja apresenta-se, usualmente, em cristais, ou em agregados de grânulos grossos ou finos. Trata-se de um carbono de cálcio. JASPE VERMELHA É um mineral comum e bastante disseminado na crosta da terra. Ocorre como massas rochosas sedimentares denominadas calcários sendo às vezes o único mineral presente nestas rochas. Seu nome provém da palavra latina Calx, significando cal queimada e sua cor laranja deve-se a inclusões de óxido de ferro.É a pedra da virilidade e correspondente ao segundo chakra.
A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo, lodosa, pois que seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso n’água, acrescentando sempre, não trocar a água.

EDUN ARÁ, A PEDRA-DO-RAIO

As pedras-do-raio – edun ará dos iorubanos – são fetiches de Xangô, imantados com a força da divindade.
Acredita-se que essa pedra-do-raio, também chamada pedra-de-santa-bárbara, cai do céu durante as tempestades, conduzida pelas faíscas elétricas, penetrando no chão a uma profundidade de sete braças e só subindo à superfície após sete anos.
Quem consegue encontrar uma dessas pedras terá em mãos talismã dos mais valiosos, que proporciona todas as venturas.
As pedras-do-raio são, na realidade, achados arqueológicos da era neolítica – machados, martelos e fragmentos de artefatos de pedra polida, aos quais se atribuía uma origem meteorológica.
Divindade dos meteoritos, na litolatria de Xangô, observou Nina Rodrigues, “se confundem os casos de adoração dos penhascos e grandes pedras dos campos e estradas”.
CARACTERÍSTICAS RELACIONADAS A XANGÔ
Cor Marrom e Amarelo para Xangô Puro e Amarelo e Lilás para Xangô do Oriente
Fio de Contas Marrons e Amarelas para Xangô Puro e Amarelas e Lilases para Xangô do Oriente
Ervas Saião, Morangueiro, Musgo da Pedreira, Quebra Pedra, Elevante,  Para raio, Saião
Símbolo Machado de duas Laminas, o Oxé
Pontos da Natureza Pedreira
Flores Palmas Amarelas e Lilases, Monsenhor Amarelo, Monsenhor Lilás, Violetas Lilases e Saudades
Essências Melão e Lilás Para Xangô do Oriente, Morango Para Xangô Puro
Pedras Ametista Para Xangô do Oriente e Olho de Tigre Para Xangô Puro
Metal Estanho e Molibdênio
Saúde Fígado e vesícula
Planeta Júpiter
Dia da Semana Quarta-Feira
Elemento Fogo
Saudação Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida Cerveja Preta
Animais Tartaruga, Carneiro
Comidas Agebô,  Amalá
Data Comemorativa 30 de Setembro
Sincretismo: São Judas Tadeu, São Jerônimo.


Fonte: Curso de Umbanda – As Sete Linhas- Sociedade Espiritualista Mata Verde

Os machados de duplo corte, que significam a alma em busca de equilíbrio são também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá;
A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Salomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o homem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal. Na representação dos pontos riscados, são usados três tipos de machados, como a seguir:
                                             

Oferendas para Xangô: velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrósia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.
Xangô é sincretizado com as imagens de São Francisco de Assis, São Jerônimo, São João Batista e São Pedro.
Na Umbanda chamada de cruzada e no Candomblé, cultua-se Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas. Não come azeite, pois tem pacto com Oxalá. Identificado com São Pedro, forma cada vez mais rara nos candomblés.
Xangô de Ouro, um adolescente vestido de cores variadas, é São João Menino. Não “desce” mais, porque deixaram de ser encontradas as ervas necessárias, nos ritos de iniciação, para a “entrada na cabeça” desse orixá. Um Xangô banido pela destruição ecológica.
Xangô Ogodô dança com um ochê em cada mão e o próprio nome é referência ao machado duplo, pois ogodô significa “que corta dos dois lados”.
Em Recife cultuam dois Xangôs principais: Xangô-Velho, identificado com São Jerônimo, cuja festa é a 30 de setembro, e Xangô-Moço (Ani-Xangô), sincretizado com Saõ João e celebrado a 24 de junho. Dos seus símbolos e insígnias, o machado duplo ou “muleta” e o pilão são conservados no peji, de onde podem sair em determinados rituais. Jamais é retirado, no entanto, o”corisco” ou itá ou otá (pedra-do-raio), que permanece guardado num alguidar (oberá). Xangô é tão popular em Pernambuco, que o nome passou a designar terreiros e, ainda mais extensamente, todas as seitas afro-brasileiras.
Entre as várias formas de Xangô citam Xangô Dadá, em Porto Alegre identificado com São João Batista e que no seu dia, 24 de junho, não “baixa” porque, com a queima de fogos que o festejam, ele iria incendiar o mundo.
Cozinha ritualística

Caruru

Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer. Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto.
Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Agebô

Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada

Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.
Xangô divide com Iansã a Machada da Justiça. Vejam o ponto:
Raio da manhã, vai e clareia.
Quando o sol levanta para clarear,
seus raios refletem a coroa de Oyá.
E rasgando o céu, trovão serpenteia,
Pra saudar o rei de todas as pedreiras.
Pra saudar o rei de todas as pedreiras.
Eparrei Iansã, Eparrei Oyá,
Caô cabecilê caô Xangô
Força da machada faz o julgamento
Corta a injustica com seu barra vento
Xangô manda na razão, Iansã nos sentimentos.
Xangô manda na razão, Iansã nos sentimentos.
Eparrei Yansã, Eparrei Oyá,
Caô cabecilê caô Xangô.
Guardião da paz, Xangô justiceiro.
Explendo de luz, Iansã guerreira.
É Xangô que traz as pedras, Iansã as corredeiras.
É Xangô que traz as pedras, Iansã as corredeiras.

São João Batista na Umbanda é Xangô



Na umbanda, em muitas casas, São João Batista vem na força de Xangô. 

João era valoroso pregador, amigo da justiça e da verdade. 

Operário, é ele o símbolo rude da verdade. 

Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer com Jesus, o santuário de sua realização. 

Chamado o Batista porque, por ele, o povo era batizado no rio Jordão, confessando os seus pecados.

João Batista e Jesus Nazareno eram primos em segundo grau, porque Maria e Isabel, mães de Jesus e João, eram primas. 

Diz-se que Jesus e João eram muito amigos e sempre andavam juntos, com pouca diferença de idade (João era mais velho).

João é o precursor, ou seja, o preparador do caminho para Jesus. 

Aquele que O batizou nas águas do rio Jordão. De extrema força interior, representa Xangô na parte da justiça, da verdade e da disciplina na luta contra as baixas emoções. 

Na imagem de Xangô com o leão, o leão significa todas as nossas paixões contidas, domadas. 

“São joão batista é xangô
ele é dono o meu destino até o fim 
se um dia minhafaltar a fé 
oh meu senhor 
que role essas pedreiras sobre mim”


Também vemos São João Batista, na força de Xangô, como protetor do povo boiadeiro. 

Isso porque João era considerado “a voz que clama no deserto”. 

Aquele que ia na frente, abrindo os caminhos pra Jesus. 

Vestia-se de peles de animais e alimentava-se de mel silvestre e frutas. 

Usando um cinto largo a volta da cintura e o seu cajado de pastor de ovelhas.

Pregava pelo caminho e batizava a todos que pedissem. 

Por vir na frente, batizando, lidava com as forças brutas, sem lapidação.



                                       

Lenda de Xangô

Xangô era rei de Oió, o mais temido e respeitado de todos os reis. Mesmo assim, um dia seu

reino foi atacado por uma grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade

violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores numa tremenda fúria

assassina. Xangô reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que

a guerra tornara-se um caminho sem volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída

seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então procurar por Orunmilá e pedir-lhe um

conselho para evitar a derrota quase certa. O adivinho mandou que ele subisse uma pedreira

e lá aguardasse, pois receberia do céu a iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e

quando estava no ponto mais alto do terreno foi tomado de extrema fúria. Pegando seu oxê,

machado de duas lâminas, começou a quebrar as pedras com grande violência. Estas ao

serem quebradas, lançavam raios tão fortes que em instantes transformaram-se em enormes

línguas de fogo que, espalhando-se pela cidade, mataram uma grande quantidade de

guerreiros inimigos. Os que restaram, apavorados, procuraram os soldados de Xangô e

renderam-se imediatamente pedindo clemência. Levados até ao rei, os presos elegeram um

emissário para servir-lhes de porta voz. O homem escolhido foi logo se atirando aos pés de

Xangô. Desculpou-se pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que lutavam, não por vontade

própria, e sim forçados por um monarca, vizinho de Oió, que tinha um grande ódio de Xangô e

os martirizava impiedosamente. Xangô, altamente perspicaz, enxergou nos olhos do guerreiro

que ele falava a verdade e perdoou a todos, aceitando-os como súditos de seu reino. Assim

tornou-se conhecido como o orixá justiceiro que perdoa quando defrontado com a verdade,

mas que queima com seus raios os mentirosos e delinqüentes.

 A Justiça de Xangô

Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. 

Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.


- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!

E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir deXangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.

XANGÔ

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.
Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.
No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
 Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.


Características
Cor
Marrom (branco e vermelho)
Fio de Contas
Marrom leitosa
Ervas Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)
Símbolo
Machado
Pontos da Natureza
Pedreira
Flores
Cravos Vermelhos e brancos
Essências
Cravo (flor)
Pedras
Meteorito, pirita, jaspe.
Metal
estanho
Saúde
fígado e vesícula
Planeta
Júpiter
Dia da Semana
Quarta-Feira
Elemento
Fogo
Chacra
cardíaco
Saudação
Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida
Cerveja Preta
Animais
Tartaruga, Carneiro
Comidas
Agebô, Amalá
Numero
12
Data Comemorativa
30 de Setembro
Sincretismo:
São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.
Incompatibilidades:
Caranguejo, Doenças
Qualidades:
Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile, Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim






 Atribuições

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo



As Características Dos Filhos De Xangô

Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.
Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;
A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas - tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.


Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida.
São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.
Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião.
Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.
Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.
Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.


Cozinha ritualística

Caruru
Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer.  Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto. Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Ajebô
Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada
Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.


Lendas de Xangô


A Justiça de Xangô
Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.
- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!
E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.



A Lenda da Riqueza de Obará
Eram dezesseis irmãos, Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odí, Edjioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Edjilaxebora, Ogilaban, Iká, Obetagunda, Alafia e Obará. Entre todos Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.
Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas, e prontamente o babalaô perguntou: Onde está o irmão mais pobre? Os outros irmão disseram-lhe que avia se adoentado e não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas de coração e após a consulta foram todos a caminho de casa. Enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô, Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras? .
A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto, resolveram então passar a noite lá. Chegando a casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos, Obará pediu a esposa que preparasse comida e bebida a todos, e acabaram com tudo o que havia para comer na casa. O dia raiando os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presente, pois se negavam a come-las.
Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo. Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.
Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por tempos de miséria, e foram ao Babalaô para tentar resolver a situação, ao chegar lá escutaram a multidão saldando um príncipe em seu cavalo branco e muitos servos em sua comitiva entrando na cidade, quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível e ele respondeu: Lembram-se das abóboras que vos dei, dentro haviam riquezas em pedras e ouro mas a vaidade e orgulho não vos deixaram ver e hoje quem era o mais pobre tornou-se o mais rico.
Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem as Abóboras e Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas e disse: Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão. E quando o babalaô em visita ao palácio de Obará lhe disse: Enquanto não revelares o que tens, tu sempre terás. E foi assim que se explica o motivo que quem carrega este Odú não pode revelar o que tem pois corre o risco de perder tudo, como os irmãos de Obará.







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